quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Juntos, mas distantes. Amigos, mas, nem tanto.

O indivíduo moderno é uma pessoa conectada, com o mundo, e com um milhão de amigos, através da internet e das chamadas redes sociais. Tenho cá minhas resistências a ambos. Sim, sou, um tanto quanto, jurássica, avessa a qualquer novidade que desmonte as formas pretéritas de relações sociais. Gosto de gente, de movimento, de aperto de mão,de abraços, de aula ao vivo e a cores, de livros de papel...coisas que parecem estar fora de moda. De modo especial, me intrigam as  chamadas redes sociais que a cada dia são mais numerosas. Os especialistas em comunicação apostam no papel revolucionário dessas redes - nada mais dinâmico, mais rápido e com o maior poder de disseminar informações. Hoje você arranja "amigos" nas redes sociais, cria grupos de relacionamento (grupo dos amigos do colégio, da faculdade, de viagem, do trabalho, do catecismo do seu filho, de mães desesperadas, de pais machistas, de homens procurando companheiras, grupos da família, da torcida do futebol, de rebeldes sem causa...), reza, faz campanha política, vende, produz informações ao seu bel prazer, difama pessoas, participa da fofoca alheia...Enfim, quase tudo se faz, utilizando as redes sociais. E essas se tornam o novo vício do século. O telefone já não serve mais para telefonar, ou essa não é mais a sua principal função. Há pessoas que estão conectadas quase 24 horas para diversos fins, inclusive, fuçar a vida das pessoas, conhecidas ou não. 
Cada vez mais me angustio com a modernidade dessas novas relações sociais, que se dão, no contexto das chamadas redes sociais, onde as pessoas, a exemplo de Roberto Carlos, procuram ter um milhão de amigos...
O dia começa e você já se depara com um número cada vez maior de Bom Dia e termina com centenas de Boa noite...As correntes de oração se propagam de forma assustadora, prometendo milagres e a salvação,  assim como, a publicidade comercial. Há cada dia, centenas de pessoas, que você nunca viu, solicitam a sua amizade. Uma "amizade" estranha essa das redes sociais... De pessoas que lhe dão Bom Dia mas que nunca vão fazer nada para que o seu dia seja realmente melhor. Que mandam uma mensagem no seu aniversário, e acham que isso substitui a presença, o abraço, ou um simples telefonema, que não se olha no olho, não dá risadas juntos...que é um verdadeiro rebelde político mas incapaz de sair da sua casa para participar de qualquer manifestação em defesa de suas bandeiras de "luta". De pessoas que quase não falam, simplesmente, digitam... Que não pensam sobre o que divulgam, o que compartilham, e algumas vezes, repetem mensalmente, o mesmo vídeo, a mesma foto, a mesma piada sem graça. E fazem isso no Facebook, no Instagran, no Whatsapp, ao mesmo tempo. 
Hoje as pessoas divulgam o que estão comendo, o que estão fazendo, o lugar onde estão, o que estão sentindo ( a terapia da internet) mas pouco olham de lado, para ver o outro. Me entristece vê famílias reunidas em um restaurante, sem qualquer diálogo, adultos, jovens e crianças, cada um conectado ao seu outro mundo e aos seus outros "amigos",  que só se vêem através de fotografias...
Este, o grande paradoxo! A sociedade funciona em redes sociais mas as pessoas estão cada vez mais isoladas do mundo.
Para que esse texto seja lido por alguém só me resta divulgá-lo no Facebook...Rsrsrs!!!!