quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O que desejo a você




"Dá para entrar no novo ano abrindo as portas e janelas da casa e da alma. Sem frescura, sem afetação, sem mau humor, sem pressão nem formalidade. Pensando que a gente poderia ser mais irmão e mais amigo, mais filho e mais pai ou mãe, mais simples, mais desejoso de ser e fazer feliz, seja lá o que isso signifique para cada um de nós" (Lya Luft).
Feliz Ano Novo para todos vocês. Que 2012 possa, realmente, fazer a diferença em suas vidas. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O dia dele


Hoje é o dia dele e, ao seu jeito, foi comemorar com a filhota que mora no Rio. Nós, que ficamos aqui, queremos nos juntar a Kiki no coro do "Parabéns prá você" e lhe desejar tudo de bom: saúde, paz de espírito, vida boa e a alegria constante que só os netos sabem lhe proporcinar.
Obrigado Carlinhos, pelo pai maravilhoso que você é, pelo avô folgadão, e pelo campanheiro de toda uma vida .
Obrigado por está comigo na construção maravihosa que é a nossa família.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Natal é tempo de alegria e de celebração. Natal é tempo de família e de afeto. Natal é símbolo de vida nova, de chegada, de renovação. Natal é, sobretudo o tempo do menino Deus ainda que, em algumas culturas ele seja ,mais que tudo, o tempo de Papai Noel.
O meu Natal é o Natal da manjedoura, muito mais do que o Natal das renas e dos trenós. O Natal dos abraços mais que o dos presentes caros. O Natal da alegria de estar junto, embora seja também o tempo da saudade dos que já se foram e davam mais sentido à nossa festa.
Que o seu Natal também seja assim. Ele não precisa ser estressante e fútil, ele não combina com comemorações vazias de sentimentos, com obrigações sociais ou coisas do tipo...
Não, o seu Natal pode ser simples mas, verdadeiro. O menino Deus que vai iluminar o seu coração não nasceu em berço de ouro. Ele chegou na simplicidade e na alegria dos mais humildes, como sinal de vida nova. Celebre o Natal distribuindo carinho e muita alegria por onde você passar. Esquecendo as mágoas, os ressentimentos  e plantando uma semente de esperança e ternura no meio onde você vive.
Vivamos intensamente esse verdadeiro Natal deixando que o menino Deus nasça em nossos corações e em nossas famílias.  

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A quem interessa o desenvolvimento sustentável?

A recente discussão sobre o novo Código Florestal me fez lembrar um artigo que escreví há alguns anos atrás sobre o tão falado Desenvolvimento Sustentável.
Confira um pequeno trecho desse artigo.

O que é desenvolvimento sustentável?   


Há muitas formas de definir o desenvolvimento sustentável (mais de 100 definições identificadas na literatura), sendo a grande maioria centrada na questão ambiental, que deu origem a proposta. A visão que prepondera na América Latina e em espacial, no Brasil, no entanto, está ancorada nos pressupostos da Agenda 21 que aprofunda o sentido da sustentabilidade do desenvolvimento, para além da dimensão ambiental. Para Ignacy Sachs (um dos mais ardorosos defensores desse modelo) o desenvolvimento sustentável deveria estar ancorado em três princípios básicos: a prudência ecológica, a eficiência econômica e a justiça social. Mais recentemente foi incorporada a essa tríade o princípio político da democracia e a preocupação com o componente cultural da realidade.  Dessa forma, o desenvolvimento deixa de ser um problema econômico para ser um problema de múltiplas dimensões, o que torna mais complexo o seu planejamento e a sua realização.
Para alguns autores o desenvolvimento sustentável tem que estar cimentado em uma nova base ética, por demandar uma solidariedade social e a necessidade de subordinação da dinâmica econômica aos interesses da sociedade e às condições do meio ambiente. Essa solidariedade que deveria ser intergeracional e interespacial, supõe uma mudança radical nos valores, práticas e atitudes dos agentes do desenvolvimento mas também da sociedade como um todo. 
Essa chamada visão holística do desenvolvimento requer assim, um suporte muito forte que lhe dê sustentação, o que talvez explique o aprofundamento, no tempo, da idéia de sustentabilidade para dimensões mais amplas como a política e a cultura.
A primeira grande questão que se levanta diante do desafio do desenvolvimento sustentável diz respeito aos atores sociais promotores desse desenvolvimento. Na medida em que ele supõe uma mudança de prioridades em relação ao modelo economicista-tecnológico, ele representa uma quebra de interesses e práticas, fortemente sedimentados nas instituições públicas e privadas. Em interessante artigo sobre o tema Rich (1994) chama atenção para o paradoxo presente, por exemplo, na atuação do Banco Mundial, que é hoje o principal gestor financeiro internacional de estratégias de desenvolvimento sustentável. Estudos realizados mostram, por exemplo, que, enquanto o Banco destina 2 milhões de dólares para financiar programas de redução de dióxido de carbono na China, se propõe a destinar 310 milhões para a construção de centrais geradoras  de energia com base no carvão. Segundo o autor, dos 46 projetos financiados pelo Banco na área de produção de energia, entre os anos 90-94 somente dois incorporaram critérios de conservação ambiental, numa visível quebra do princípio da sustentabilidade.
Este exemplo do Banco Mundial pode ser facilmente estendido aos governos. Atuando geralmente sobre um campo de pressões, os governos costumam incorporar à sua agenda pontos muitas vezes conflitantes, num processo típico de acomodação de interesses. Além disso, as coalizões governistas para chegar ao poder assumem compromissos diversos, que vão desde os assumidos publicamente com o seu eleitorado, até os assumidos privadamente com os financiadores e apoiadores de campanha. Assim, quanto mais extenso esse leque maior a dificuldade de estabelecer agendas.
Se sairmos do Estado para o campo do mercado fica ainda mais distante a identificação de possíveis atores sociais promotores do desenvolvimento sustentável. Os representantes do capital que estiveram sempre na dianteira dos processos de desenvolvimento costumam não reconhecer a validez das questões da sustentabilidade, pois são movidos por interesses puramente econômicos (privados) e muito raramente se identificam com questões de natureza social e ambiental (públicas). O desenvolvimento sustentável procura corrigir as distorções de um modelo que priorizou os seus interesses e supõe uma redefinição de prioridades e formas de atuação que muitas vezes lhes parece exdrúxula.
Diante de todas essas dificuldades a adesão ao padrão do desenvolvimento sustentável é uma decisão extremamente difícil, principalmente para o Estado, principal ator no processo de alavancagem do desenvolvimento na América Latina, tradicionalmente atrelado aos padrões anteriores de intervenção. É por essa razão que, na nossa concepção, o desenvolvimento sustentável para ocorrer precisa estar atrelado a uma reforma do Estado. Não uma reforma restrita ao aparato burocrático das organizações públicas mas uma reforma que englobe a própria sociedade[1]. Isso porque não será o Estado sozinho ou somente as leis de mercado que serão capazes de regular os mecanismos de funcionamento de um padrão de desenvolvimento baseado na sustentabilidade. A sociedade, através de suas organizações, será uma força propulsora indispensável para fazer valer a nova realidade.


[1] A esse respeito ver: KILSKSBERG; NOGUEIRA

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
vive uma louca chamada Esperança
e ela pensa que quando todas as sirenas
todas as buzinas
todos os reco-recos tocarem,
atira-se
e - o delicioso vôo -
será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá, então,
(é preciso explicar-lhes tudo de novo!),
ela lhes dirá, bem devagarinho para que não
esqueçam nunca:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A imoralidade da nossa política

Alguns dias fora de Natal e, na chegada, fatos surpreendentes que mandaram para a prisão alguns personagens "importantes" da sociedade natalense. Digo importantes porque são sempre notícia (nas crônicas sociais e nas páginas políticas) e fazem parte da chamada elite local: ex governadores, senadores em potencial, empresários, donos de cartório, gestores públicos e seus parentes mais chegados. O velho quartel da polícia que acolheu como prisioneiros, homens de bem, na época da ditadura, acolhe agora os criminosos de colarinho branco. O motivo: a criação da cobrança de uma taxa no licenciamento de veículos, totalmente ilegal, que  sustentava uma rica mesada para os ex-governantes e engordava o patrimônio de outros tantos.
Quem pagava essa conta? Todos os cidadãos que necessitavam do registro no DETRAN. Nós, simples mortais, que precisamos pagar todos os impostos e taxas públicas para podermos circular livremente como cidadãos. O cidadão que compra um carro em 60 meses e financia os 4X4 dos poderosos. (Você já notou que todo político tem um?) Gente, um crime anunciado contra o cidadão comum que tantas vezes acreditou e elegeu essas criaturas.
O ministério público acusa a "formação de quadrilha", dentre outros crimes. E a quadrilha envolvia funcionários públicos, dirigentes, donos de cartório, empreiteros, empresários, além dos políticos, seus filhos ou genros. Gente de bem!!!!!! 
Confesso que a expressão "quadrilha", quando não é de São João, ainda me choca. No meu imaginário, quadrilha é coletivo de bandidos, assassinos, ladrões perigosos.
É, a bactéria do crime está chegando em todos os escalões da sociedade. O exemplo para os nossos jovens é assustador mas, ainda teimamos, em pensar como criminosos apenas aqueles que superlotam as delegacias das cidades por crimes comuns, e em acreditar nas boas intenções e favores dos criminosos de colarinho branco em tempos de eleição.
Você não pode esquecer que eles não são vítimas de nada. As vítimas somos nós.   

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Agora, palmada é crime!!!

Gente, fiquei estarrecida com o noticiário de ontem, da TV, sobre a lei que está sendo discutida (e já parcialmente aprovada) no Congresso Nacional. Enquanto o Brasil está mergulhado em uma crise moral (já que na economia vamos muito bem, segundo afirmam os especialistas); a corrupção anda a galope de cavalo alazão; a famigerada Copa do Mundo arranca o dinheiro público que deveria ser aplicado na construção de mais hospitais e escolas e na execução de uma política social mais estruturante e duradoura,  o Congresso Nacional está preocupado com palmadas e beliscões.
Lembro aos nossos nobres deputados e senadores: essa é uma preocupação típica de países onde as necessidades básicas estão plenamente resolvidas e o parlamento cuida das franjas do chamado Bem Estar Social, dos chamados adereços, maquiagem, ou coisa que o valha, para expressar cuidado e vigilância com a qualidade de vida das pessoas. Não é o nosso caso.
A violência doméstica nada tem a ver com palmadas e beliscões. É um problema bem mais complexo e tem a ver com o stress de viver em uma sociedade onde falta uma educação de qualidade para os nossos filhos, faltam creches, faltam médicos nos hospitais, falta uma política de assistência social de verdade e de caráter realmente universal, falta trabalho, moradia decente e tantas outras coisas...
A aprovação dessa Lei é uma intromissão indevida do Estado na esfera privada da famíia. É um abuso!!!
Olha, não sou a favor da educação pela violência. Longe de mim, tal coisa. Mas aprendí com a vida e a minha experiência materna que, muitas vezes, uma pequena dor ajuda a educar, assim como o exemplo. A noção de limite vem, muitas vezes, da associação que a criança faz com algo que lhe provocou desconforto. As palavras podem ferir (e ferem) muito mais que uma palmada ou um beliscão. A psicologia sabe disso...
Depoimento de mãe que é muito amada pelas suas filhas: Se a birra teimava em continuar em um lugar público, um ligeiro beliscão colocava as coisas no lugar. Ninguém ficou traumatizado com isso e já ouví minha filha psicóloga dizer que estaria feliz se conseguisse educar seus filhos como eu eduquei os meus.
Os políticos brasileiros costumam encher linguiça com adereços e alguns setores da sociedade ficam sensibilizados com isso, achando que estamos dando passos para uma sociedade mais justa e mais fraterna.
É tempo de acordar!  

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Saudades dela



Se ela ainda estivesse entre nós, hoje seria dia de festa.
Mas, ela não está...
Ficou uma cadeira vazia em nossa casa e um vazio enorme no meu coração.
A dor da minha saudade ainda dói, machuca a minha alma...
Sei que nunca mais, nada será como antes.
Ninguém substitui o seu carinho, a sua paciência, o seu cuidado, pois há determinadas coisas que só MÃE faz, e mais ninguém...

sábado, 12 de novembro de 2011

A destruição



Passeio suburbano
               Mário Quintana

Encontrei uma menina
que me perguntou se era verdade que iam demolir
aquele belíssimo pé de figueira.
Não, ela não disse belíssimo...
Foi por uma questão de ritmo que acrescentei aqui
esse adjetivo inútil.
Feliz de quem vive ainda no mundo dos substantivos:
o resto é literatura...
Sorri-lhe cumplicemente
(e tristemente)
porque me lembro que em meio ao quintal lá de casa
havia uma paineira enorme
(ultrapassava em altura o primeiro andar de meu
quarto)
Quando florescia, era uma glória!
Talvez fosse ela que impediu que meus sonhos de
menino solitário
tenham sido todos em preto-e-branco.
Uma glória... Até que um dia
foi posta abaixo
simplesmente
porque prejudicava o desenvolvimento das árvores
frutíferas.
Ora, as árvores frutíferas!
Bem sabes, meninazinha, que os nossos olhos também
precisam de alimento

O Machadão era o nosso pé de figueira. No seu lugar: escombros, poeira, vazio. E ainda: interesses escusos, fetiches e muito dinheiro público escorrendo pelo ralo. 

A companhia dos livros

Oito dias no estaleiro. Uma dor ciática me deixou de cama durante uma semana. Imobilidade, inatividade, solidão dos doentes...Fui buscar a companhia dos livros e com eles viajei para Barcelona, Cabul, Nova Tork e Viena. Eles me fizeram companhia, me transportaram para esses lugares, me falaram de dores, alegrias, mistérios, encontros e desencontros.
Nessas viagens, encontrei, também Mário Quintana e me encantei com esse poema:

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

(Os degraus)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A minha primeira menina

Hoje é o dia dela. Ela que chegou de mansinho num dia 04 de novembro de muitos anos atrás, prá me trazer alegria e me falar de felicidade. Primeira filha de um trio de meninas lindas. Com ela conhecí a beleza e os mistérios da maternidade. Com ela fui apresentada aos sabores e dissabores de ser mãe, através dela comecei a vislumbrar um outro mundo, de novas responsabilidades, mas, acima de tudo de novas emoções. Descobrí que a partir daquele dia, a minha vida se completava nela, que nós duas éramos uma só pessoa.
A minha menina cresceu. E foi se revelando: amiga, companheira e confidente. Foi se tornando uma jovem voluntariosa e cheia de energia. Cresceu alimentando sonhos, reproduzindo valores aprendidos na família, herdando muito daquilo que sua avó era, principalmente a sua disposição para lutar por aquilo que sonhava. Na vida, enfrentou dificuldades mas nunca desistiu. Viveu a esperança da maternidade, intensamente e tornou-se uma mãe exemplar.
Hoje, tenho um orgulho imenso de ser sua mãe.
Parabéns filha e obrigado por tudo...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A paz dos cemitérios

Antecipando o dia de Finados estive ontem visitando o túmulo de pessoas queridas que se foram e que deixaram marcas em mim. Fui em busca da "paz dos cemitérios", esperando um pouco de consolo para a saudade que dói fundo no meu coração. E levei flores para deixar mais bonitos os lugares onde elas repousaram para sempre. Estive no Cemitério "Morada da Paz" e depois no Cemitério de Nova Descoberta, antigamente chamado de cemitério da Saudade.
E nesse meu périplo por esses lugares santos, uma inquietação começou a tomar conta de mim e ameaçou se transformar em indignação.
O primeiro deles, uma empresa privada (a indústria da morte). Um campo bonito, um silêncio respeitoso e a abundância de flores (vendidas pela própria empresa), que além da limpeza e organização, transformam o lugar em um lugar de paz. Hoje haveria lá, além de missas, chuvas de pétalas, violinos tocando, serviços de informação.
O outro, um cemitério público, que se propunha moderno quando foi criado. Alí, um pouco da Babel: faxineiros de túmulos em profusão, para vender os seus serviços, de última hora; lixo por toda parte; túmulos abertos, numa visão deprimente do descaso com os mortos; e um intenso comércio ambulante de flores. Some-se a isso tudo, a insegurança. Onde as pessoas têm medo de portar bolsas ou carteiras, por medo de assalto, e podem cruzar com adolescentes e adultos, saindo do meio do mato, completamente drogados. Um cemitério sem paz.
Constatei naquele dia que a diferença entre o público e o privado se estabelece também em relação à morte. Que os cemitérios reproduzem na prática a estrutura desigual da sociedade. Que o serviço público nesse país, não peca na qualidade, apenas na educação e na saúde, mas também no trato com os velhos e na morte.
E não estou falando de um cemitério público na periferia da cidade. Estou falando de um cemitério situado num bairro de classe média onde repousam os restos mortais de figuras ilustres de nossa comunidade: artistas, intelectuais, políticos e empresários. Mas onde você não pode colocar flores na véspera do dia de finados pois elas podem ser roubadas para serem revendidas no dia, na feira da entrada.
Fico pensando no Cemitério do Bom Pastor, para onde vão os mais pobres, quando conseguem um lugar.
E me lembrei do meu horror quando fui a um sepultamento de uma pessoa querida no cemitério do Cajú, no Rio de Janeiro e o comparei ao São João Batista, onde são enterrados os cariocas bem nascidos
Essa é a sociedade em que vivemos, uma sociedade que guarda para os ricos ou remediados, um lugar de paz, para os pobres um lugar de medo e acima de tudo de desrespeito pelos que já se foram.
E como dizia a música: "tem que pagar prá nascer, tem que pagar prá viver, tem que pagar prá morrer..."
Isso, se você faz a opção de fazer tudo, com o mínimo de dignidade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A difícil arte de governar no país da corrupção

Há apenas dez meses de governo já são seis os ministros que deixaram o governo Dilma. Cinco ministros entregaram o cargo, quatro deles envolvidos em denúncias de corrupção.
Certamente há alguma coisa podre no "Reino da Dinamarca". A corrupção parece estar entranhada no tecido político de nosso país. Não há mais diferenças de conduta, do ponto de vista ético entre a direita, o centro e a esquerda. Conservadores, reacionários, revolucionários, militantes engajados, parecem ter aprendido pela mesma cartilha quando o assunto é o uso dos recursos públicos. O enriquecimento fácil e ilícito parece ser o caminho procurado por todos.
O governo Dilma começa mal, não pelas suas ações mas pela sua incapacidade de fazer escolhas.
Acho que está faltando um bom trabalho de "recrutamento e seleção" para os cargos de poder em nosso país. Atenção profissionais de Recursos Humanos, habilitem-se! O recrutamento pela via dos acordos políticos está falido, enquanto modelo de composição de equipes governamentais.
O Brasil pede SOCORRO...


PS: A queda do ministro responsável pela Copa, por denúncia de corrupção, já sinaliza para a trajédia que será a Copa do Mundo em nosso país...Já começamos a ser notícia no mundo...Se não tivermos cuidado a FIFA assumirá a presidência do país...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A crise do nosso governo

O Rio Grande do Norte está vivendo uma séria crise política motivada pelo rompimento do vice-governador Robson Faria com a titular da pasta. Crise que, no seu estopim, jogou lama nas relações pessoais e políticas dos dois principais personagens do executivo estadual. Crise que não é, nada mais nada menos, resultado das alinhavadas costuras políticas feitas pelos nossos políticos no afã da eleição a qualquer custo. Senão, vejamos...

O deputado Robinson, após alguns mandatos na presidência da Assembléia Legislativa, tendo consolidado sua liderança política no estado e alçado o seu filho à Câmara Federal, tinha objetivos claros de chegar ao Palácio do Governo em 2010, após ser o candidato mais votado na eleição de 2006, com votação espalhada por todo o estado. Era um antigo aliado da ex-governadora Vilma de Faria, e presidia um partido (PMN) criado por ele, em nosso estado, para acomodar os seus interesses políticos e escapar do jugo dos "donos dos partidos" tradicionais. Apesar da sua fôrça eleitoral, nos arranjos políticos visando 2010, é preterido no seu grupo de aliados em favor do então vice-governador Iberê Ferreira de Sousa, escolhido pela ex-governadora para sucedê-la. O rompimento com o PSB acontece e o deputado vai procurar abrigo nos braços do DEM, apesar do seu partido fazer parte da base de apoio do governo Lula e o seu filho Fábio exercer uma liderança no grupo de apoio ao governo. Está junto com o DEM já na eleição de 2008 em Natal, no grupo de apoio da candidata Micarla de Souza ( candidata que o presidente Lula - seu aliado, queria derrotar). Coisas da política. Sou amigo lá e inimigo aquí. Sem problemas... Dessa forma o deputado se credencia a participar  da chapa do DEM para o governo do estado, na eleição de 2010, na condição de vice da candidata Rosalba Ciarlini, que assume com ele (conforme ele anunciou à imprensa) o compromisso de apoiá-lo para o senado federal em 2014. 
Do outro lado, a governadora Rosalba, que saindo de dois mandatos na prefeitura de Mossoró é vitoriosa na eleição para o Senado em 2006, pelo DEM, e começa a consolidar a sua história de liderança política no Rio Grande do Norte, com o apoio do senador José Agripino Maia. Em 2010, na disputa para o governo do estado, precisa de Robinson, para conquistar o eleitorado de algumas regiões do estado e para aproximar o seu governo do governo federal, que tem o partido de Robson como aliado. Isso porque, o DEM vai pouco a pouco assumindo a condição de inimigo número 1 do governo federal e isso representa um problema na busca de recursos para um estado em grave crise econômica. O problema que aparece em seguida à eleição é que o partido de Robinson é um partido menor na aliança governamental e a governadora precisa buscar apoios mais sólidos e com mais poder. É aí que entra em cena o PMDB, que em 2010 esteve "partido" na eleição para o senado. O senador Garibaldi Filho já estava  com Rosalba e Agripino em 2010 numa aliança com vistas à sua reeleição, enquanto o deputado Henrique Alves apoiava o candidato do PSB e fortalecia a sua condição de aliado do governo Lula com a indicação do seu amigo Michel Temer a vice-presidência da República. Este último, tendo consolidado uma posição de destaque na base governista nacional, com a promessa de assumir a presidência da Câmara Federal, começa a pensar mais alto e esboça o projeto de chegar ao Senado em 2014. É aí que a governadora entra e cena tornando-o aliado de "segunda hora" e criando as condições do apoio ao seu nome para o senado, nas próximas eleições, em detrimento do acordo feito com o seu vice Robinson que começa a demonstrar o seu descontentamento e passa a ser "escanteado" na estrutura de governo do qual fazia parte.
O desfecho dessa estória todo mundo sabe...
O resultado é que temos uma estrutura de governo fragilizada (crise entre a governadora, o vice, e o principal secretário de governo), uma equipe agora, sem comando, e no meio de tudo isso, declarações desastrosas que tentam explicar a crise pela força que o marido da governadora tem na estrutura de poder. Pode até ser, mas as razões da crise são mais profundas e podem ser encontradas no "imbróglio" político eleitoral construído pelos nossos representantes na busca de reeleição. Que não conhece compromisso, fidelidade, e acima de tudo ética.
O jeito é esperar para ver para onde estamos caminhando....

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A estranha casa do Povo

Nos últimos 15 dias tive a oportunidade de assistir a solenidades nas principais "casas do povo" do nosso estado: a Assembléia Legislativa e a Câmara de Vereadores de Natal. Dessas visitas extraí alguns fatos que me chamaram a atenção.
O primeiro deles é que essas casas podem prestar homenagens sem que os seus principais ocupantes (os representantes do povo) estejam presentes. Ora, dirá alguém espertamente, mas a casa não é do povo? Desde que exista gente, a homenagem se realizará. Acontece que, esse mesmo povo elegeu os seus representantes para tomar conta dessa casa e representá-lo em todas as situações.
Bem, fui educada segundo os princípios das boas maneiras seridoenses e, segundo esses mesmos princípios, é por demais estranho que se faça uma festa sem a presença dos donos da casa ou daqueles que cuidam dela...A ausência deles é, no mínimo, uma falta de respeito aos homenageados.
Primeira conclusão: o esvaziamento dos plenários legislativos é um fato (e grave!) até nas festas. 
O segundo fato diz respeito ao protocolo cumprido pelo cerimonial. As pessoas consideradas "importantes" (quem julga essa importância?) devem ser nomeadas publicamente, fazendo-se assim uma distinção em relação aos demais. E aí eu pergunto: e a casa não é do povo? todos os cidadãos não são iguais perante a lei? Porque então se registra a presença de uns e de outros não?
Segunda conclusão: As casas do povo organizam seus atos segundo princípios oriundos de uma cultura política não republicana, fundada na desigualdade de status e de poder.
Frágil democracia essa em que nós vivemos...
Será que tudo isso vai mudar um dia?????

sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do professor

Hoje é o dia do professor!
Um dia que foi perdendo a sua importância no tempo a medida em que a figura do professor foi se transformando, com a massificação do ensino. Parece elitista falar assim, mas, de fato, isso tem a sua explicação. A massificação do ensino fez com que a escola virasse mercado de trabalho para milhares de pessoas e os professores se tornassem "trabalhadores da educação", na linguagem sindical.Como diz Ruben Alves (2011:130), os professores hoje preferem considerar-se “trabalhadores” que ganham pelas “mercadorias intelectuais” que produzem, de forma competente, sob a forma de um saber. Como professor, produzo tal mercadoria, que vale tanto. Ignoram que isso é o que sempre detestei! Ao assim pensarem o ensino, eles o inserem na perversa lógica dos “valores de troca”. 
E nesse contexto em que vivemos não é necessário vocação para ser professor. Entendendo vocação como um chamado interior de amor: chamado de amor por um fazer. (Ruben Alves, Conversas sobre Política). Da mesma forma, ensinar não é mais uma missão como pensava a minha mãe. Para ela a missão do professor, era construir o futuro, na certeza de que é o alicerce de um mundo em mudança. Ela dizia ser gratificante vermos no homem de hoje, a criança de ontem, que marcou o nosso coração de mestre. 
Há algum tempo recebí de meus alunos uma placa que dizia: Muitos são os professores, poucos são os mestres... 
Herdei dela essa visão do professor. A sala de aula foi sempre a minha realização. Pelo seu exemplo é a ela que presto hoje as minhas homenagens.

Emendas trocadas

Voltando as emendas no orçamento da União. No post de 29 de setembro, sobre emendas parlamentares, eu falava sobre dois deputados (um de São Paulo e outro do Rio) que aprovaram emendas para o nosso estado e eu não entendia muito a razão, pois como representantes de outros estados eles deveriam procurar beneficiar as suas bases.
Um leitor me forneceu uma primeira explicação para esse mistério. O seu nome: EMENDAS TROCADAS.
Elas são frutos de negociaçoes que os prefeitos fazem com deputados de outros estados, para destinação de emendas para os seus municípios na condição de assegurarem uma porcentagem do recurso para os nobres parlamentares.
As quadrilhas existem e não são juninas...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A descoberta da Yoga

Foi a muitos anos atrás. Eu que sempre fui a agitação em pessoa, que gostava de barulho, confusão, agenda cheia, de repente cansei de tudo isso, ou melhor tudo isso se tornou pesado demais prá mim. O corpo sentiu, a cabeça sentiu, a alma sentiu...Precisava encontrar um outro padrão de prazer, de realização, que não necessitasse despender tanta adrenalina. 
Aos pouquinhos fui me achegando a Yoga. Logo eu que sempre dizia que Yoga não combinava comigo...Comecei devagarinho em Campinas, ainda na época do doutorado. Tempos depois, recomecei em Natal, no Núcleo de Yoga da UFRN. Alí conhecí Andréa, a "minha mestra". Foi com ela que pude perceber que a prática da Yoga podia ser diferente do que eu conhecia até então. Ela me trouxe prá Yoga devagarinho e daí, nunca mais saí. Fiz cursos em diferentes lugares até que conhecí a Montanha Encantada, um centro de Yoga em Garopaba - Santa Catarina. Alí conhecí o valor do silêncio e a Paz que vem da natureza.
A Yoga me transformou. Hoje tenho consciência que existem duas Ilzas: uma antes e outra depois da Yoga. Porisso recomendo: jogue fora os seus preconceitos com as práticas orientais, aprenda a olhar prá dentro de si mesmo, respire de forma consciente percebendo a energia que vem do ato de respirar. E seja mais feliz...
Namastê! 

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Emendas no Orçamento

Os jornais do fim de semana comentaram as denúncias acerca do comércio das emendas no orçamento no legislativo paulista. Alguns deputados estão sendo acusados de negociarem (venderem) emendas do orçamento do governo a prefeitos. Gente, o que é isso?
Eu sempre fui contra emendas de parlamentares no orçamento público. Orçamento deve ser a possibilidade financeira do planejamento estatal virar realidade. Por que parte dele, fica de fora do planejamento estatal para se tornar prerrogativa de parlamentares? Porque tornar possível que deputados e senadores legitimem o seu poder na política de favor que as emendas parlamentares propiciam?
A grande maioria dos parlamentares em nosso país, tem a sua atividade parlamentar baseada naquilo que a ciência política denomina de "paroquialismo eleitoral".
Até entendo que eles precisam mostrar serviço. Trazer benefícios para as regiões de onde vem a sua votação. Exercer a sua representação.
MAS.....
As emendas favorecem a corrupção e a negociata. Senão vejamos...
Analisando (por dever de uma pesquisa que estou realizando) as emendas feitas pelos parlamentares do nosso estado, no orçamento da União, coisas estranhas chamaram a minha atenção. Entre 2006 e 2010 foram apresentadas algumas emendas dirigidas ao Rio Grande do Norte por parlamentares que não são representantes de nosso estado.
O deputado Aldir Cabral (PFL-RJ) foi autor de várias emendas direcionadas para o município de João Câmara,  na área da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Turismo. Esta última para realizar um evento de divulgação do turismo interno (não me consta que exista turismo em João Câmara). Já o deputado Wanderval Santos (PL-SP), envolvido no escândalo do Valerioduto (teve a cassação de seu mandato solicitada no congresso), foi autor de várias emendas destinadas ao município de Martins e Serrinha dos Pintos também na área de Turismo e Saúde.
Pergunta que não quer calar: Como explicar esses fatos? Porque um deputado propõe uma emenda para municípios de um estado que não é o estado que o elegeu? Qual o intresse que move esse tipo de ação? Que arranjos estão por trás de tudo isso?
O sistema de representação é de base estadual. Sendo assim, não deveria ser possível um parlamentar destinar recursos para bases eleitorais diferentes das que ele representa. O controle fica muito mais difícil, tanto do ponto de vista das instituições que controlam (ou deveriam controlar) o uso dos recuros orçamentários, quanto do próprio eleitor.
Isso tudo é um grande MISTÉRIO...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Verdades que vêm do coração

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina

domingo, 18 de setembro de 2011

Filhos

Os filhos, como os livros, são viagens ao nosso interior, nas quais o corpo, a mente, e a alma invertem seus rumos regressando ao próprio centro da vida. (Isabel Allende)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A beleza dos textos de Clarice

"Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter... calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida."
Clarice Lispector

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um bom exemplo

A revista Época desta semana traz uma excelente matéria com um dos filhos de um dos homens mais ricos do mundo. O filho do milionário americano Warren Buffett, o músico Peter Buffett. A sua entrevista deveria ser lida por todos os novos ricos do mundo e os não tão ricos assim, pois chama atenção para a educação que se deve receber na família. Vejam alguns trechos abaixo:

Ter dinheiro é importante, não quero e não vou negar isso. Ele paga as contas, coloca comida na mesa. Mas o que era mais importante para os meus pais era formar filhos independentes, donos de sua própria vida e felizes. E eles fizeram isso nos ensinando valores que são universais, que funcionam para famílias de qualquer lugar do mundo e de qualquer classe social. 

Não adianta um pai dizer que dinheiro não é importante se ele troca de carro todo ano e se preocupa com a aparência quando encontra os vizinhos. Acredito que os valores de alguém precisam estar em linha com o que ele é. Não com o que ele diz.

E ainda: 
As crianças não aprendem a construir sua própria vida ganhando coisas. Dê a seus filhos acesso ilimitado a um cartão de crédito, e eles nunca conhecerão a sensação de ter conquistado algo por eles mesmos. Esse é o maior prejuízo que o dinheiro pode causar.
Como seria bom se a grande maioria dos pais de classe média alta, os novos ricos e os realmente ricos, de nossa sociedade, pudessem tomar consciência dessa realidade. E não trocassem a atenção pelo filho, por um carro do ano, carinho por um cartão de crédito, respeito, por uma viagem a Disney...
É importante lembrar como o faz Peter Buffett que é o exemplo que forma. Desrespeito gera desrespeito, crueldade gera crueldade, egoísmo gera egoísmo. Tudo isso gera infelicidade e não há cartão de crédito que compre esse bem que todo ser humano procura.

A pobreza em discussão

Sexta-feira estaremos discutindo mais uma vez a questão da pobreza no Brasil e as equivocadas soluções apresentadas pelos diferentes governos.

sábado, 10 de setembro de 2011

O peso da solidão

 Há dias que você se sente assim.....                                                                                

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Natal da minha juventude

Incentivada pelo tom nostálgico do facebook em relação ao passado da minha geração, fiz uma viagem no tempo, parando em coisas, momentos e personagens que marcaram os anos 60-70 em Natal.
Como esquecer?
1. Do Palácio dos Esporte em tempos de JERNs? Da torcida do Atheneu? Da rivalidade ED e CIC? Do passeio acima das arquibancadas, onde rolavam as paqueras? Do entusiasmo das torcidas? Do uniforme do CIC (usávamos saia para jogar). Da dupla Kátia e Keila no basquete?
2. Da saída do CIC às 11:30hs. Canteiro central da Deodoro repleto de alunos do Marista, Atheneu e Sete de Setembro, numa paquera diária;
3. Da KIXOU, grande idéia de Evaldo Maia que movimentou a João Pessoa nos fins de tarde (Lá experimentei OvoMaltine pela primeira vez), reunindo a "juventude dourada" de nossa geração;
4. Dos festivais de música no Palácio dos Esportes ("Aruanda vai nacer nos olhos de quem nasceu..."), que reunia a nata da melhor música natalense;
5. Das primeiras bandas de rock que animavam as festas de colégio: TheFuntos, Os Gênios, Os Vândalos, As Gatas (do CIC) as Luluzinhas (do Neves) e outras;
6. Dos arrastas (não confundir com arrastão) nos fins de semana ao som de Renato e seus Blue Caps, Erasmo Carlos, Beatles, Stevie Wonder e outros bons;
7. De Waldemar Ernesto comandando o show de música na boate do América (lembram-se da Luz Negra?);
8. Das domingueiras no ABC;
9. Do Hippie Drive In;
10. Da boate Aquarius;
11. Das quermesses na Lagoa Manoel Felipe;
12. Da inauguração do Castelão e dos jogos do Campeonato Nacional na quarta-feira à noite (Alberí, Scala e tantos outros);
13. Dos blocos de carnaval puxados a trator: Jardim de Infância, Deuses, Kings, As vinte mais, YNRRA...
14. Dos bailes de carnaval no América;
15. Do barródromo;
16. Das corridas de Kart na RAMPA;
17. Das serenatas pela madrugada;
18. Do STOP e de seu garçom Perneta;
19: Do Dia e Noite e da Tenda do Cigano, nos fins de festa;
20. Do SCBEU nos fins de tarde;
21. Da praia do Forte nas manhãs de sábado e domingo;
22. Da sessão de cinema as 02:00 (14:00) no Rio Grande, aos domingos.

Coisas que marcaram um tempo precioso de minha geração e cuja lembrança nos traz saudades...

domingo, 4 de setembro de 2011

O que fizeram com as nossas crianças

Deu na época da semana passada:
Quadrilha infantil
Um grupo de sete crianças foi capturado pela Polícia Militar depois de tentar assaltar um hotel em São Paulo , na última segunda-feira. Cinco deles tinha até 11 anos de idade. Levados para o Conselho Tutelar da Vila Mariana, Zona Sul da cidade, promoveram uma baderma. Sob o efeito de alucinógenos, lançaram objetos contra os policiais. Após o quebra-quebra foram levados para abrigos municipais.

Sim, essa é a realidade de milhares de crianças que perambulam pelas ruas das nossas cidades. Crianças que não viveram a infância merecida, pois não conheceram família, afeto, proteção. Cresceram como bichos na guerra urbana da sobrevivência, completamente sozinhas, desprovidas de qualquer valor à vida. Vida? Qual será o sentido da vida para essas crianças? Uma vez perguntei a uma dessas crianças se ela não tinha medo de morrer. E ela me disse que para ela, tanto fazia viver como morrer.
Viver é simplesmente ter que lutar para estar vivo - tentar matar a fome que dói, o medo das noites escuras, a solidão. Ir buscar a alegria momentânea da perda da consciência que a droga possibilita, esquecendo a fome e o medo. Experimentando uma sensação de euforia e poder que os transforma, aos olhos da sociedade, em pequenos monstros.
Eu já sentí medo de duas crianças nas ruas de São Paulo. E essa foi uma sensação estranha para mim. Afinal eles eram menores que eu, mais fracos físicamente e mais vulneráveis à ação das outras pessoas, principalmente a violência da polícia. Mas eu tive medo. Medo de um olhar distante e triste e de um pequeno canivete que ele portava.
Passado o medo o sentimento que restou foi a tristeza. Pensei nas minhas filhas que tudo tinham e naquelas ameaçadoras criaturas que faziam da violência a sua forma de sobrevivência.
Sentí raiva do meu país. E passei a desconfiar do Estatuto da Criança e do Adolescente que só protege a criança de castigos penais e não a protege do mau que o seu meio produz. E, fazendo isso, possibilita a reprodução do quadro de violência no qual essas crianças estão inseridas.
Triste realidade a das crianças que não tiveram o direito de ser crianças e que por isso, causam medo à sociedade...

sábado, 3 de setembro de 2011

O teatro do absurdo

Natal é uma cidade diferente de tudo o que se vê por aí. Primeiro porque é a cidade que tem mais gente endinheirada do mundo e o teatro mais caro do Brasil.
Esse teatro cobra preços exorbitantes e, segundo ouço falar, está sempre cheio.
O próximo show de Maria Bethânia custa a bagatela de R$250,00, em qualquer lugar. Absurdo dos absurdos!
Senão vejamos:
O ingresso do Rock in Rio, com pelo menos 06 diferentes shows (incluindo os internacionais) custou R$190,00 (já estão esgotados).  
O ingresso para ver a nova versão de HAIR, na Brodway, em lugar privilegiado (orquestra) custa U$130,00. Menos que Maria Bethânia no Teatro Riachuelo.
Olhando a Veja Rio da semana passada, não ví nenhum teatro acima de R$70,00.

Gente, estamos sendo super explorados. Estamos ratificando a idéia que cultura é coisa de rico.
Uma pena...  

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De volta a Buenos Aires

Três dias em Buenos Aires num circuito diferente dos que havia feito até então. Participando do Congresso Latinoamericao de Estudos Urbanos na Universidade Nacional de General Sarmiento (fora da cidade), pude conhecer as "cercanias" da cidade e explorar lugares ainda desconhecidos.
Saí do roteiro padrão do turista brasileiro. E comecei me hospedando no bairro Palermo (lembrando dos poemas de Jorge Luís Borges). Alí encontrei uma Buenos Aires cosmopolita, com seus encantadores parques, suas largas avenidas, seus aconchegantes cafés e restaurantes, sob uma temperatura média de 10 graus. Alí pude sentir a presença discreta do poder público a acompanhar passeio de crianças de escolas públicas, nos parques da cidade, assim como a politização do cidadão comum, o espírito cívico, a segurança nas ruas por onde passei e a solidariedade das pessoas em relação a causas humanistas. Pude sentir também a popularidade da presidente Christina e as mobilizações de diversos setores para sua reeleição.
Voltei bem impressionada com o que ví. E entendí a poesia de Borges:
Esta cidade que acreditei ser meu passado
é meu porvir, meu presente; 
os anos que viví na Europo são ilusórios,
eu estava sempre (e estarei) em Buenos Aires.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Filha querida

Hoje é o aniversário dela e nós não estamos perto pra lhe fazer dengos. Mas estamos em pensamento e em energia. Estamos num abraço apertado que transmite amor, ternura e muito carinho.
Filha,
Parabéns pelos anos de vida bem vividos, mas acima de tudo, pela pessoa maravilhosa que você é.
Pela sua garra, seu pique para ultrapassar os seus limites com alegria... Parabéns pela corrida.
Parabéns pelo seu jeito de ser, seu espírito de doação,
Pelo seu sentido de família e pelo amor sem limite que você transmite a todos nós. Te amo!!!!!!

Estou em pleno aeroporto de São Paulo. Nos vemos no sábado...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O agosto da política

Algum tempo sem escrever, observando o tempo passar e o restinho da moralidade da política brasileira escorrer pelo ralo. Este foi um mês de revelação de casos de corrupção envolvendo a "fina flor" da política brasileira, aqueles que foram premiados pelos seus partidos com cargos altos na administração pública. Os escândalos envolveram ministros e todo o primeiro escalão dos ministérios dos transportes, agricultura e turismo, levando a queda de alguns ministros e o levante de alguns partidos em defesa de seus representantes ou de seu lugar na estrutura de poder. Partidos envolvidos nos escândalos, ameaçaram sair da base de apoio ao governo, caso houvesse alguma forma de retaliação.
Gente, o que é isso? Ao invés da vergonha (sentimento natural de qualquer pessoa quando descoberta cometendo um delito), bravata, prepotencia de quem se considera acima de todos os mortais. Hoje eu acho que o ministro Nelson Jobim quando criticou de forma velada os seus companheiros de governo (motivo da sua demissão), estava movido pela indignação diante do que observava ao seu redor.
A presidente, por sua vez, não consegue começar a governar, entendendo governo como o ato de tomar decisões que resolvam os problemas que afligem a população. No meio do tiroteio, tenta acomodar os  interesses de seus aliados sem descuidar "um pouco" da moralização da estrutura sob o seu comando. Tarefa difícil.
O presidencialismo de coalizão, modelo que organiza a nossa vida política, tem seus problemas... Bom seria se as coalizões funcionassem apenas nos momentos eleitorais, para aumentar o capital político dos candidatos. Mas não é assim. As coalizões se estendem para o governo, e isso leva governadores e presidentes eleitos a ter que "dormir com os inimigos", não tendo muito controle sobre eles. Estes precisam ser considerados, parceiros, sedentos de poder e regalias...  
Enquanto isso, as escolas, em muitos estados, estão paradas há mais de 60 dias, falta remédio nos hospitais e pronto-socorros, falta segurança nas cidades, as estradas estão intransitáveis (e o DNIT, eim?), e o povo....Ah, isso é apenas um pequeno detalhe...Até porque, o discurso dominante é que a economia vai bem. Que não há crise no Brasil.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A realidade do mundo em que vivemos






Retirando a polícia da estória, essa é realidade da sociedade em que vivemos. Alguem sabe o percentural do orçamento do governo federal destinado a cultura? Não chega a 1%. E não venha dizer que cultura não enche barriga, não cura doenças. etc. etc. pois muito dinheiro público está escorrendo pelo ralo. Por isso, não me admira que vestidos sejam mais importantes do que livros, filmes, poesia...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Saudades de Têca

Hoje é dia de lembrar uma pessoa querida, uma pessoa muito especial..
Uma pessoa que, para mim, foi exemplo de sentimentos e atitudes muito raras nos dias de hoje. Por isso eu a amava tanto...a admirava tanto...
Uma pessoa que era o maior exemplo de humildade que eu já conhecí. Que não tinha vaidades, não gostava de privilégios, embora tivesse uma situação econômica que lhe possibilitasse desfrutar comodidades e regalias. Não, isso prá Teca não tinha qualquer sentido ou importância. Gostava de gente, mas, sobretudo, da gente simples do seu Acarí. Por isso preferia viajar para Natal, nos ônibus da linha, embora na sua casa não faltassem carros nem motoristas. Gostava do anonimato, de está no meio do povo, de ouvir as estórias das pessoas simples, de se sentir igual aquelas pessoas, sem qualquer distinção de condição econômica ou posição social...Por isso sua casa estava sempre aberta. E qualquer cidadão de Acarí sabia que podia nela entrar, sem constrangimentos, pois ela não sabia o que era diferença social.
Tinha o dom do acolhimento (certamente herdado da família de sua mãe) tão raro nos dias de hoje.
À sua humildade, somava-se o nobre sentimento da solidariedade. Amenizar o sofrimento dos outros era para ela uma missão de vida. O seu exemplo de doação aos velhos é difícil de ser esquecido, pois a história do abrigo de velhos de Acarí, é um pouco a sua história. Alí era a sua segunda casa e durante muitos anos, era do seu trabalho para angariar recursos, que dependia o sustento daquela instituição. Diariamente estava lá, junto aos seus velhos,conversando com todos e fiscalizando tudo, para que nada faltasse. Quantas feiras do abrigo foram pagas com o seu proprio dinheiro, sem que ninguém soubesse...Não, ela não era de fazer publicidade de sua bondade. Vaidade era uma coisa que não combinava com ela...Também não tinha vergonha de pedir ajuda, para o abrigo ou para a Igreja, no tempo da festa de Nossa Senhora da Guia.Vendia bolos, fazia rifa, organizava festas (onde permanecia na bilheteria), inventava mil estratégias para engordar, ora o cofrinho do abrigo, ora a tesouraria da festa da padroeira, que funcionava na sua casa. E ficava feliz quando via o resultado de seus esforços serem compensados.
Tinha uma grande paixão: a política, embora nunca tenha exercido qualquer mandato político. Mesmo assim, era uma líder nata ( herança maior de seu pai, Cipriano Pereira, antigo prefeito de sua cidade) e toda decisão do PMDB em Acarí, passava certamente pela sua casa.
A sua vida foi talhada na pedra bruta do sofrimento, desde tenra idade, quando perdeu a sua mãe. Sofrimento que lhe acompanhou pela vida a fora, até o fim dos seus dias. Sofrimento que, no entanto, ela sublimava tentando diminuir o sofrimento dos outros, pois era uma mulher forte, apesar de tudo mas,também, uma mulher de fé.
Penso nela quando leio o texto de Coríntios, sobre a caridade
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Ela se foi num dia 02 de agosto. Naquele ano, como lembrou Hudson no dia do seu falecimento, a festa de agosto começou mais cedo, pois Teca havia sido alçada ao trono dos justos e lá certamente conquistou a paz e a liberdade que tanto procurou.
Acarí precisa fazer justiça à essa mulher. O seu nome deveria estar gravado na fachada do abrigo de velhos, para que ela nunca fosse esquecida pelos seus conterrâneos, para que a sua bondade pudesse ficar gravada na história da cidade...
É o meu apelo. Um apelo de amor, de admiração e reconhecimento...

sábado, 30 de julho de 2011

Tempo de festa no meu Seridó



O tempo das chuvas coincide, no Seridó, com as festas dos santos padroeiros. São João em Cerro Corá, Sant'ana em Currais Novos e Caicó, Nossa Senhora da Guia, em Acarí. Não sei se as escolhas dos padroeiros, feitas ainda no século XIX, foram propositais, no sentido de que, quando havia chuva, era preciso agradecer e celebrar.  Tempo de chuvas, tempo de colheita (em todos os sentidos), tempo de fartura, tempo de alegria.
Sim, as festas do Seridó são sempre momentos de grande alegria.
O bom seridoense volta a sua terra na festa da padroeira, não somente movido pela forte marca da religiosidade em nossa cultura, mas também pela necessidade de rencontrar o seu passado e fazê-lo presente por alguns momentos. E revive o passado.
Nas novenas, sempre acompanhadas de muita música - fazendo-nos relembrar a figura bonita do maestro Felinto Lúcio, autor de todos os hinos de padroeira da região. Cantar o hino de Sant'ana ou de Nossa Senhora da Guia, traz emoção incontida para todos que têm suas raízes fincadas nesses lugares.  Em Acarí, como esquecer, a figura elegante de seu Felinto, regendo o coral e a inconfundível voz de Dona Amália, puxando os demais cantores?
Depois da novena, a queima de fogos que, sem ser grandiosa, ecoa na cordilheira que envolve a cidade e enche de encanto a todos os presentes. Momentos de magia e de beleza nos céus do meu sertão...
O encontro nas barracas montadas na praça principal, com música, abraços, e muitas estórias rolando no meio do povo. É a hora do leilão. Quem dá mais por esse garrote, doado por Geraldo Galvão? Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Quem dá mais por esse carneiro, vindo das Imburanas de seu Balá? Quem dá mais por esse frango assado, doado por Zélia de Demétrio? Quem dá mais por esse bolo gostoso, feito por Edith de Brabo? E a brincadeira vai ganhando fôlego e todos querem participar.
Revive o passado na missa das 10hs (missa solene), no dia da festa. Ocasião de gala, onde todos vestem as suas melhores roupas para festejar a mãe Daguia. Missa concelebrada pelo bispo de Caicó e os padres das cidades vizinhas. No fim da missa, novamente a emoção do hino da padroeira.
Nossa Senhora da Guia, padroeira de Acarí
Nossos passos alumia, são teus os filhos daquí...
Olhando ao redor podemos ver as lágrimas descendo em rostos saudosos, na lembrança dos que já não estão mais alí e de um passado que só volta nesses momentos, tornando-os mágicos.

A banda de música começa a tocar e todos descem a ladeira acompanhando os dobrados, sentindo-se, novamente meninos...
A tarde, um momento especial.
"Olha lá vai passando a procissão
Se arrastando que nem cobra pelo chão.."
E lá estão todos novamente, nas ruas da cidade, saudando a senhora Daguia, num percurso lento, fervoroso, onde tudo se vê. As filhas de Maria, o Apostolado da Oração, os padres, as mulheres de branco, os pagadores de promessa (descalços, carregando pedras na cabeça..)e o povo (de Acarí e das redondezas), numa corrente humana que torna a cena inesquecível.
Pronto, o acariense recarregou as baterias para o ano todo. É hora de voltar prá casa. Alguns vêm de longe (meu irmão Humberto vem do Rio todos os anos), mas o sacrifício valeu a pena pela energia da fé e do reencontro...

Viva Nossa Senhora da Guia!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Em alguns momentos e em determinadas situações, tenho a leveza que adquirí na Yoga, a serenidade que tanto admirei em minha mãe e a calma de quem maneja a respiração no caminho da paz.
Mas, em outros momentos... Principalmente quando bate a indignação, a revolta diante da injustiça, ou quando alguém agride um dos meus...Ah! sai de baixo. Assumo o meu lado leoa, e tenho dificuldade de controlar a minha revolta...
Sim, essa sou eu. Ao mesmo tempo água e fogo, luz e escuridão. Mas...estou tentando ser uma pessoa melhor...
Quem sabe, um dia chego lá?

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Absurdo dos absurdos

Gente,
Domingo passado(17.07) no estacionamento do restaurante Camarões de Ponta Negra, surprendí-me com esse carro da foto, saindo do local. Era um carro com placa oficial de João Câmara, dirigido por uma mulher, bem vestida, em companhia de outra pessoa. Chamou-me a atenção a porta do carro onde estava escrito: "Adquirido com recursos do Programa Bolsa Família".
Vocês não podem imaginar a minha indignação, com tudo. Com o fato de ser um domingo e um carro oficial de um município do interior está em um restaurante, em Natal. Com o fato do carro está sendo dirigido por alguém que certamente não era motorista da prefeitura daquela cidade. Mas, sobretudo, pelo fato do carro (segundo o adesivo da porta) ter sido adquirido com recursos de um Programa de Combate à Pobreza. Pensei comigo: Fome Zero no Camarões, e às nossas custas?
Gente, os nossos governantes estão cada vez mais, perdendo a vergonha, o sentido da ética, da responsabilidade pública e estão querendo nos fazer de palhaço. Mas, como diz a velha marchinha de carnaval: "Palhaço eu não sou, palhaço eu não sou..."
Precisamos fazer alguma coisa, ajudem-me a repassar essa foto prá todas as pessoas que vocês acham que podem fazer alguma coisa. Não podemos ficar parados, senão, seremos realmente palhaços...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

SAudades de uma amiga

Não sou muito ligada nesse negócio de "dia disso", "dia daquilo". Odeio o Dia da Mulher. Não combina comigo esse tipo de coisa. Quero todos os dias prá mim. Pois é, sou assim, quero viver tudo intensamente...
Mas, hoje abrindo o facebook, descobrí que hoje é o dia do amigo. Prá mim, também, todo dia deve ser dia de amigo, desde que as amizades sejam verdadeiras.
Ms, lembrei-me com muita saudade de uma amiga querida, uma irmã de coração, que já não está mais aqui: Edda Gurgel. Que vontade de ligar prá Edda...
Alô!  Edda,
Que saudade de você...
Que falta me faz a sua alegria, sua fina ironia, seu jeito moleque de ser, escondido naquela elegância que lhe era peculiar. Saudades dos passeios sem rumo nas tardes de domingo, das festas, dos velhos carnavais...
Saudades do seu humor, da sua postura diante da vida, mesmo quando ela já estava quase no fim.
Você, prá mim, foi um dos maiores exemplos de solidariedade.Quantas vezes você segurou minha barra, quantas vezes você me mostrou o sentido da verdeira amizade. O seu ombro era um porto seguro e eu sabia que podia contar com ele sempre.
A distância física entre nós não tinha qualquer sentido. Mesmo que passássemos muito tempo sem nos ver, quando nos encontávamos (mesmo que no telefone), parece que tínhamos nos visto no dia anterior.
Saudades, amiga...
Um beijo grande!
A gente se vê... 

Brasil: o país do absurdo

Recebí esse texto por email. Ele fala de absurdos existentes no nosso país.
 
"Curiosidades sobre um país de loucos  
Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um
oficial da Marinha para pilotar uma fragata!

Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da

casa do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage!

Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um

oficial-general do Exército que comanda uma Região Militar ou uma grande
fração do Exército!

Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o

salário, ganha o dobro do que ganha um professor universitário federal
concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional!

Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para

justificar seus ganhos, mas que não passa de um mero gestor de
correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação
Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo
buscando curas e vacinas para salvar vidas!

O SUS paga a um médico, por uma cirurgia cardíaca com abertura de peito, a

importância de R$ 70,00, equivalente ao que uma diarista cobra para fazer
a faxina num apartamento de dois quartos.


JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE NOS INDIGNAR.
PORÉM, O PIOR É ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO SE TIVESSE QUE SER ASSIM
MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO.

VALE A PENA TENTAR.

PARTICIPE DESTE ATO DE REPULSA.
REPASSE! NÃO SEJA OMISSO".

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Férias!!!!

Estou saindo de férias!
Uns dias no Rio, lambendo as crias, respirando novos ares, e curtindo a neta que ninguém é de ferro...
Voltarei no fim da próxima semana com as baterias recarregadas.
Até lá!

sábado, 2 de julho de 2011

As meninas do CIC

Há pessoas que nos acompanham ao longo das nossas vidas. Às vezes estão próximas físcamente, outras vezes distantes, não importa, elas estão sempre presentes no nosso coração. Os nossos encontros são sempre momentos de alegria e aconchego, pois elas são sinais vivos de um tempo bom, que passou, mas que está vivo na nossa lembrança e que volta lépido e fagueiro quando o chamamos de volta a cada novo reencontro.
Conheço isso muito bem pois tenho o prazer de ter amigas de infância muito queridas.  As "meninas do CIC". Marcamos época no colégio, fizemos história! Nas aulas de Portugês (análise sintática) de Madre Cunha, de Ciências de Carlos Borges, nas aulas de canto de Madre Gominho (afinação perfeita)...Nas quadras, nos festivais de música, na saída do colégio...Em cada um desses momentos especiais, muitas estórias...
Quebramos muitas regras e, muitas de nós, enfrentaram sérios preconceitos, principalmente aquelas que protagonizaram situações de fuga com os seus namorados.Uma afronta aos padrões morais da época.

Vivemos intensamente os anos sessenta sem nos dar conta do que acontecia em nosso país.  Doce alienação!
Éramos felizes, apesar de tudo...
Olhando prá trás vejo que cresceu entre nós, uma amizade verdadeira e duradoura.

Reencontrar as meninas é fazer esse passado, presente;
É viver bons momentos....
É respirar mais solto, mais leve.
É poder conversar sem protocolos, sem censura, sem mentiras veladas...
É poder voltar a ser você mesma, por alguns instantes...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quando a injustiça dói demais

Coração de mãe parece querer explodir quando um dos seus rebentos é vítima de injustiça. E quando parece não haver absolutamente nada a fazer, há não ser, acompanhar o desenrolar dos fatos com paciência (haja paciência!).Dói ainda mais quando a injustiça se dá num contexto em que você conhece muito bem, por ter vivido nele, toda a sua vida profissional - o mundo acadêmico.
Sim, conheço muito bem o mundo acadêmico. Já provei também do fel da injustiça. Já engolí cobras e largatos tentando defender valores como ética, responsabilidade, compromisso. Já fui vítima da inveja dos incompetentes, da ira dos maus, da vaidade desenfreada dos pseudo intelectuais, que arrotam sabedoria pelos corredores...
Mas conhecí também grandes mestres, comprometidos com a instituição e, sobretudo, com os seus jovens alunos. Mestres que além do saber acadêmico, podiam transmitir aos jovens, valores como: respeito, amizade e segurança. Mestres que lutavam por exaltar os seus alunos, vê-los crescer na maturidade acadêmica....Que se alegravam com suas vitórias e se entristeciam com suas derrotas...Que ajudava-os a levantar e reencontrar o caminho...Estes, mestres em extinção.
No lugar deles, "professores" sem a mínima vocação para o trabalho acadêmico e, sobretudo, sem qualquer preparo para o trato com a juventude. Para eles, alunos são números e não pessoas, as suas estórias de vida não têm qualquer importância, as suas lutas não lhe dizem respeito...Falta-lhes sensibilidade, compromisso e, acima de tudo, respeito. Não conhecem sentimentos, acho que não lêem poesia... conhecem métodos, regras, modelos...Com o seu jeito de ser, interrompem carreiras e destroem sonhos...Mas, adoram seguidores obedientes e fiéis, que trabalhem por eles.
A pergunta que fica...Será que isso ainda tem conserto?   

terça-feira, 28 de junho de 2011

O importante é ter FÉ

Semana passada Thaís, uma jovem de muita fé, postou no seu Facebook a seguinte oração:
Espera no Senhor!
Mesmo quando a vida pedir mais do que podes dar, e o cansaço já fizer teu passo vacilar...
Espera no Senhor!
Mesmo que suas promessas demorem a se cumprir e a vontade dele seja sacrifício para tí...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Coragem para ser feliz






Prá ser feliz é preciso coragem. Coragem prá correr atrás dos seus sonhos. Coragem prá tentar o impossível.
Coragem prá mudar de rumo. Coragem prá sair da comodidade da rotina. Coragem para aprender coisas novas. Coragem para abrir o peito. Coragem prá se desligar da matéria que escraviza. Coragem para ir em busca do desconhecido. Coragem para abrir o coração. Coragem para olhar prá dentro de você mesmo. Coragem para enfrentar as injustiças...Coragem para fazer a diferença...
O medo escraviza. O medo paraliza. O medo não combina com felicidade...

domingo, 19 de junho de 2011

Usos e abusos na pós-graduação

A pós-graduação sempre foi uma etapa acadêmica difícil de ser vivida. É o momento de se começar a pensar por si mesmo, trilhar o difícil caminho da reflexão crítica, produzir conhecimento novo a partir da utilização de modelos e métodos de análise até bem pouco tempo desconhecidos. Mas, no meio de tudo isso uma figura facilitadora: o (a) orientador(a). Aquele que mostra o caminho e ajuda a caminhar.
Assim, eu aprendí que deveria ser, com os meus antigos mestres. Assim, eu tentei fazer com os meus orientandos. Com paciência e entusiasmo por acompanhar, com eles, as descobertas.
A proliferação sem controle da pós-graduação, em nosso país, tem começado a produzir realidades bem diferentes das vividas por mim, como aluna ou professora, e isso tem tido um resultado extremamente negativo para os alunos de pós-graduação. Eles estão cada vez mais "soltos" e por que não dizer, mais perdidos. À eles são feitas exigências difíceis de serem cumpridas, como por exemplo, produzir no menor tempo possível (02 anos de mestrado é o tempo máximo) tendo que assumir uma diversidade de funções novas, tipo: dar aulas na graduação, no lugar de seu orientador; fazer pesquisa por ele e para o seu orientador; produzir textos para serem publicados por seu orientador; fazer extensão universitária, no lugar do seu orientador...e por aí vai.
Isso é real? Sim é real.
Muitos de nossos jovens alunos de pós-graduação estão sendo usados e abusados por professores-orientadores sem escrúpulos que os exploram até o limite de suas capacidades. A instituição universidade é responsável por isso.
Tomei conhecimento de fatos dessa natureza em programas de pós-graduação da nossa universidade. O que quero fazer com esse comentário é uma denúncia da ação de professores que jamais deveriam ser chamados de orientadores pois não sabem o sentido dessa palavra e acabam sendo carrascos de jovens que aos poucos vão perdendo a motivação e o estímulo para a vida acadêmica.
Atenção coordenadores de pós-graduação da UFRN, olhos mais abertos para esses usos e abusos... 

A nação Seridó

Há alguns anos atrás a professora  Judith Tendler, do Massachussets Institute of Technology - MIT, enviou-me um email com uma pergunta interessante.

Analisando os dados relativos ao desenvolvimento humano- IDH do Nordeste, uma coisa lhe chamou a atenção no Rio Grande do Norte: Os municípios com o maior índice de desenvolvimento humano do estado, não estavam nas regiões mais produtivas (fruticultura, petróleo) mas numa região pouco produtiva, sem qualquer atividade econômica de destaque. Ela queria que eu lhe explicasse porque isso acontecia.
Fui consultar os dados e logo notei que a dita região era o Seridó. Dos 10 municípios com melhor IDH, no estado, 06 estavam no Seridó.
A minha vaidade de seridoense foi as nuvens...
E a minha resposta a ilustre professora foi, na verdade, uma suposição apaixonada, que eu quiz transformar em pesquisa, nunca realizada.
O Seridó tem um diferencial sim, em relação ao resto do estado. Isso foi constatado também, por Tânia Bacelar, consultora pernambucana, responsável pela condução do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Seridó.
Há coisas na região, que não existem em outros lugares, como por exemplo:
  • A valorização da educação. Até hoje, o Seridó tem boas escolas, bibliotecas, museus, e uma história cultural que é preservada, com orgulho. Conhecí uma escola pública em Cruzeta, há alguns anos atrás que me impressionou...
  • A atenção aos mais velhos. Muitos são os municípios seridoenses que abrigam os seus velhos em abrigos organizados a partir da solidariedade da população. Carnaúba dos Dantas e Acarí, são exemplos.
  • A religiosidade da população que congrega seridoenses de todos os lugares em torno da devoção dos seus padroeiros;
  • A limpeza das cidades;
  • Um espírito de comunidade;
  • Uma estratificação social pouco rígica - onde patrões e empregados se ligam por relações de compadrio que os tornam mais próximos (Alí nunca houve casa grande nem senzala);
  • A existência de uma identidade seridoense. Nós temos orgulho de sermos seridoenses e nos proclamamos enquanto tal. 

Acho que o Seridó é um exemplo típico da "comunidade cívica", encontrada por Robert Putnam no norte da Itália. Isso explica, como na Itália, o seu desenvolvimento. No nosso caso um desenvolvimento sem riqueza material.

sábado, 18 de junho de 2011

Amiga querida

"...amigos fazem parte de meus alicerces emocionais: são um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu...presença apaziguadora e ao mesmo tempo interessante, aquela dos diálogos intermináveis, das confidências, dos telefonemas às vezes só prá jogar conversa fora, dar risada, e iluminar o dia."(Lya Luft, A riqueza do mundo)
Ontem, uma amiga querida fez aniversário. Parabéns Rejane! Você sabe que mora no meu coração. Acho que a Lya Luft tem uma amiga como você...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dinheiro do além na eleição passada

Com o título acima, a revista Época da semana passada publica um caso inusitado no rico campo de possibilidades do financiamento de campanhas eleitorais.
Nas eleições de 2010, apareceu uma nova "tecnologia" no conspurcado mundo do financiamento de campanhas políticas: o doador, que tem cadastro comercial, doa oficialmente, assina recibo - mas ninguém sabe quem ele é. Nem quem recebe e- só mesmo no mal assombrado reino da política brasileira - nem sequer quem paga. A única coisa palpável é o dinheiro que chega, limpinho, aos comitês de campanha.
Os beneficiários desse dinheiro vindo do além foram: o governador eleito do distrito federal, o PT nacional, 03 parlamentares do PT e o "nosso deputado" Fábio Faria do PMN (ou PSD?). Segundo o deputado, ele não sabe que empresa é essa que depositou em sua conta e  não conhece o indivíduo apontado como responsável pelo depósito. Já este último declara que resolveu ajudar o Fábio porque ele é seu amigão.

É, o mundo da política é realmente um mundo surreal...Algum de vocês já recebeu uma doação vinda do além, em dinheiro vivo? ou recebeu presentes de R$50.000,00 de alguém que você não conhece?
Certamente que não. Você deve ser um daqueles que faz sua fezinha na loteria quando quer arriscar um presente dessa natureza...

sábado, 11 de junho de 2011

Por mais que eu tente...





O mais "curioso" é que ela não estava aí há vinte anos atrás...
O tempo... ah! o tempo!

terça-feira, 7 de junho de 2011

E a estória se repete

Mais uma vez Palloci renuncia. Há muita lama correndo por baixo dessa ponte e não podemos deixar que a sua renúncia silencie os fatos.
A presidente (a) Dilma deve uma explicação à nação pela escolha, o PT deve explicações aos seus eleitores pela reincidência de escândalos como esse, e o próprio Palocci precisa explicar ao cidadão comum a fórmula do enriquecimento "rápido e honesto".

Como escreve Ruben Alves:
Estou triste. Perdí as esperanças.
O nascimento do PT anunciou a possibilidade da esperança: fazer política de outro jeito, combinando ética, inteligência e a opção preferencial pelos pobres.

Tudo isso é passado e, o presente, é o desencanto, a morte dos sonhos...

domingo, 5 de junho de 2011

O humor na indignação do brasileiro

O fim da política?

Lendo essa semana uma entrevista com o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto, publicada na revista Época, fiz uma viagem no tempo lembrando-me de alguns grandes mestres das ciências sociais que foram meus professores. Lembrei sobretudo de Otávio Ianni, quando ele chamava a atenção, em suas aulas, para a importância do conflito para a mudança social.

Diz ACM Neto:
A política basileira vive a síndrome do adesismo. Muitos (políticos) se dirigem a mim envergonhados: Olha, gosto de você, gosto dos meus amigos de partido, devo muito ao Democratas, no entanto eu só vou sobreviver se virar governo.
Interessante ouvir isso de alguém que só virou oposição no governo Lula. Que sempre esteve ao lado dos governistas, desde o tempo dos militares, mas isso não invalida a sua afirmação de que
Uma democracia forte não se sustenta sem uma oposição combativa, aguerrida, que tenha clareza do seu papel. 
E reconhece:
O PT foi menor do que o DEM é hoje e, no entanto, teve um projeto claro, soube ir para as ruas e soube conquistar o poder.

Continuo a pensar na quantidade de pensadores que passaram pela minha formação e que ressaltavam o conflito, a diferença, como fermentos da transformação, ou como "motor da história". De Stuart Mills a Marx, de Simmel a Touraine, passando recentemente por Bobbio e Przeworski. Todos defendem a tese de que Através dos conflitos, surgem as mudanças e se realizam os melhoramentos. Conflito é vitalidade (Bobbio). A literatura sobre Movimentos Sociais está marcada por essa posição.

Na política, é a existência da oposição que produz a mobilização das forças sociais, é a existência de oposição que produz o debate que constrói, é a existência de oposição que possibilita a alternância no poder, marca indelével da democracia.
Sem oposição é o fim da política?

sábado, 4 de junho de 2011

E viva a alegria!






E viva a alegria!!!!

Um Brasil sem miséria

O governo Dilma anuncia, com pompas, o seu primeiro programa social. Novamente a miséria volta ao centro da agenda pública quando pensávamos já haver sido enfrentada com sucesso pelo "maior programa de transferência social do mundo" (pelo menos esse era o tom dos discursos da campanha presidencial).
Os dados mais recentes do IBGE demonstram que ainda existem 16,2 milhões de pessoas em estado de pobreza extrema em nosso país, principalmente na zona rural (os miseráveis invisíveis e dispersos), o que me faz pensar que o Bolsa Família não conseguiu chegar à essa parcela da população.
A clientela do novo programa será formada pelas milhares de famílias, cuja renda per capita mensal, não ultrapassa os R$70,00. Mais da metade delas está no Nordeste e muitas dessas famílias não tem renda nenhuma.
O que propõe o governo para enfrentar esse quadro?
1. Ações de transferência de renda (mais bolsas);
2. Garantia de acesso a educação e a saúde ( coisas que deveriam ter sido resolvidas quando a Constituição de 88 garantiu a educação e a saúde como "um direito de todos e um dever do Estado";
3. Inclusão produtiva

O governo pretende incluir "mais de 800.000 famílias" no programa Bolsa Família e criará uma nova bolsa curiosamente denominada de Bolsa Verde. Esta consiste na transferência de R$2.400,00 por família residente no campo, em 04 parcelas de R$600,00 para que essas famílias "tornem a terra onde vivem, produtiva".
Quem conhece a realidade do campo, do Nordeste, quem acompanhou programas anteriores de crédito ou transferência de renda como o PRONAF B, sabe perfeitamente que esse recurso não é capaz de possibilitar a produtividade da terra. E que os R$600,00 serão utilizados para o suprimento das necessidades de quem vive na pobreza extrema (dentre elas pagar as contas na bodega). No PRONAF B os R$5.000,00 que eram repassados ao pequeno agricultor (o dobro dos R$2.400,00), como não davam para operar milagres no campo, serviam para comprar moto, antena parabólica e outros bens de consumo considerados importantes para quem vive no isolamento.

É urgente que se avalie de forma mais criteriosa esses programas de transferência de renda. Eles são fundamentais em países com o quadro social do Brasil, mas a realidade dos países ricos demonstra que a validade desses programas depende da capacidade de acompanhamento e avaliação por parte do Estado. É preciso pensar nos seus "efeitos perversos", alertados pelos estudiosos da política social na Europa e nos Estados Unidos, sem ser taxado de neo liberal.

É preciso conhecer melhor a realidade brasileira, para além dos números, para implementar políticas dessa natureza que sejam exitosas na erradicação da miséria.
É um alerta de quem conhece um pouco da matéria e já andou muito por esse nordeste a fora...

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um exemplo de vida

Ela viveu intensamente a sua vida e o que ela me ensinou nenhum de meus ilustres mestres conseguiu me ensinar. Eles me ensinaram teorias, ela me ensinou a prática da vida; eles me ensinaram postulados filosóficos, ela me transmitiu valores; eles me fizeram conhecer paradigmas, ela me mostrou a verdade.


Com ela aprendí tudo, ou quase tudo.
Foi ela quem me ensinou a andar com meus próprios pés e apontou-me caminhos
Foi ela quem me ensinou a semear sonhos e correr atrás deles, sem nunca desistir;
Foi ela que me fez acreditar que Deus está sempre do nosso lado e que ele é, sim, o grande PAI;
Foi ela que me fez acreditar na família como a coisa mais essencial de nossas vidas;
Era ela que repetia sem parar que "mais vale amigo na praça do que dinheiro na caixa".

Foi ela quem me mostrou a importância do desapego em relação às coisas materiais;
Foi ela que me deu o exemplo da solidariedade;
Foi ela quem me chamou a atenção para o coração grandioso das pessoas humildes;
Foi ela que me deu exemplos de responsabilidade e comprometimento na vida profissional;
Foi ela que me mostrou a importância de "ter amor à causa";
Foi ela que me deu a melhor imagem da maternidade;
Foi nela que fui buscar forças para vencer as adversidades da vida...

Hoje sei que tudo que sou foi moldado pelas suas mãos, pelos seus gestos, atitudes e palavras.
Obrigado mãe, por tudo isso...