sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Verão, veraneio.

E mais um ano começa.
E com o ano, o verão, o veraneio. Um veraneio de novo tipo, como muitos que têm acontecido nesses últimos dez anos. Para mim, o verão sempre foi sinônimo de praia, de vida tranquila longe da cidade, dos pés descalços, do aconchego da família reunida, de uma nova rotina. E eu disse acertadamente: Foi. O veraneio da modernidade pôs uma pá de cal nessa imagem de veraneio. As praias de verão têm agora os signos da cidade. É preciso ter bons restaurantes, bares da moda, casas de show, e som, muito som. "Um alto e bom som". Sem esquecer os congestionamentos do trânsito. E as festas regadas a DJs e a última moda das grifes nacionais e internacionais. Em vez do pé no chão de areia, sandálias altíssimas com muito, muito brilho. Ai que saudades do chão do salão de festas do Redinha Clube: cimento e areia para o pé deslizar melhor. Tenho ouvido por onde passo (inclusive nas redes sociais) reclamações acerca da impossibilidade de dormir nas praias de veraneio do nosso estado. Não culpo os mau educados que ligam os sons de seus carros para mostrar poder. Eles são fruto de uma cultura que valoriza a máquina, a tecnologia, a potência, o som brega (fiquei assustada com a divulgação da 03 músicas mais tocadas no Brasil em 2013). Valores que eles vêm cultivados em suas casas.
Novamente saudades dos antigos veraneios movidos ao som de violões e uma boa música. Assim era o veraneio da minha adolescência e juventude na Redinha. Não havia congestionamento (nem na velha ponte de Igapó) e fazíamos o percurso Natal-Redinha da forma mais bucólica possível: deslizando nas águas do Potengí no barco do velho Janjão ou de "Ferrim" que também pilotava a velha lancha de seu Luiz Romão. Sem telefone, "ipods e ipads" a conversa corria solta em todas as varandas e ninguém ficava ligado em telinhas de qualquer tipo.
Veraneio era sinônimo de tranquilidade e alegria. Muita alegria!
SAUDADES DE UM TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS...

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