quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Emendas no Orçamento

Os jornais do fim de semana comentaram as denúncias acerca do comércio das emendas no orçamento no legislativo paulista. Alguns deputados estão sendo acusados de negociarem (venderem) emendas do orçamento do governo a prefeitos. Gente, o que é isso?
Eu sempre fui contra emendas de parlamentares no orçamento público. Orçamento deve ser a possibilidade financeira do planejamento estatal virar realidade. Por que parte dele, fica de fora do planejamento estatal para se tornar prerrogativa de parlamentares? Porque tornar possível que deputados e senadores legitimem o seu poder na política de favor que as emendas parlamentares propiciam?
A grande maioria dos parlamentares em nosso país, tem a sua atividade parlamentar baseada naquilo que a ciência política denomina de "paroquialismo eleitoral".
Até entendo que eles precisam mostrar serviço. Trazer benefícios para as regiões de onde vem a sua votação. Exercer a sua representação.
MAS.....
As emendas favorecem a corrupção e a negociata. Senão vejamos...
Analisando (por dever de uma pesquisa que estou realizando) as emendas feitas pelos parlamentares do nosso estado, no orçamento da União, coisas estranhas chamaram a minha atenção. Entre 2006 e 2010 foram apresentadas algumas emendas dirigidas ao Rio Grande do Norte por parlamentares que não são representantes de nosso estado.
O deputado Aldir Cabral (PFL-RJ) foi autor de várias emendas direcionadas para o município de João Câmara,  na área da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Turismo. Esta última para realizar um evento de divulgação do turismo interno (não me consta que exista turismo em João Câmara). Já o deputado Wanderval Santos (PL-SP), envolvido no escândalo do Valerioduto (teve a cassação de seu mandato solicitada no congresso), foi autor de várias emendas destinadas ao município de Martins e Serrinha dos Pintos também na área de Turismo e Saúde.
Pergunta que não quer calar: Como explicar esses fatos? Porque um deputado propõe uma emenda para municípios de um estado que não é o estado que o elegeu? Qual o intresse que move esse tipo de ação? Que arranjos estão por trás de tudo isso?
O sistema de representação é de base estadual. Sendo assim, não deveria ser possível um parlamentar destinar recursos para bases eleitorais diferentes das que ele representa. O controle fica muito mais difícil, tanto do ponto de vista das instituições que controlam (ou deveriam controlar) o uso dos recuros orçamentários, quanto do próprio eleitor.
Isso tudo é um grande MISTÉRIO...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Verdades que vêm do coração

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina

domingo, 18 de setembro de 2011

Filhos

Os filhos, como os livros, são viagens ao nosso interior, nas quais o corpo, a mente, e a alma invertem seus rumos regressando ao próprio centro da vida. (Isabel Allende)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A beleza dos textos de Clarice

"Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter... calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida."
Clarice Lispector

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um bom exemplo

A revista Época desta semana traz uma excelente matéria com um dos filhos de um dos homens mais ricos do mundo. O filho do milionário americano Warren Buffett, o músico Peter Buffett. A sua entrevista deveria ser lida por todos os novos ricos do mundo e os não tão ricos assim, pois chama atenção para a educação que se deve receber na família. Vejam alguns trechos abaixo:

Ter dinheiro é importante, não quero e não vou negar isso. Ele paga as contas, coloca comida na mesa. Mas o que era mais importante para os meus pais era formar filhos independentes, donos de sua própria vida e felizes. E eles fizeram isso nos ensinando valores que são universais, que funcionam para famílias de qualquer lugar do mundo e de qualquer classe social. 

Não adianta um pai dizer que dinheiro não é importante se ele troca de carro todo ano e se preocupa com a aparência quando encontra os vizinhos. Acredito que os valores de alguém precisam estar em linha com o que ele é. Não com o que ele diz.

E ainda: 
As crianças não aprendem a construir sua própria vida ganhando coisas. Dê a seus filhos acesso ilimitado a um cartão de crédito, e eles nunca conhecerão a sensação de ter conquistado algo por eles mesmos. Esse é o maior prejuízo que o dinheiro pode causar.
Como seria bom se a grande maioria dos pais de classe média alta, os novos ricos e os realmente ricos, de nossa sociedade, pudessem tomar consciência dessa realidade. E não trocassem a atenção pelo filho, por um carro do ano, carinho por um cartão de crédito, respeito, por uma viagem a Disney...
É importante lembrar como o faz Peter Buffett que é o exemplo que forma. Desrespeito gera desrespeito, crueldade gera crueldade, egoísmo gera egoísmo. Tudo isso gera infelicidade e não há cartão de crédito que compre esse bem que todo ser humano procura.

A pobreza em discussão

Sexta-feira estaremos discutindo mais uma vez a questão da pobreza no Brasil e as equivocadas soluções apresentadas pelos diferentes governos.

sábado, 10 de setembro de 2011

O peso da solidão

 Há dias que você se sente assim.....                                                                                

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Natal da minha juventude

Incentivada pelo tom nostálgico do facebook em relação ao passado da minha geração, fiz uma viagem no tempo, parando em coisas, momentos e personagens que marcaram os anos 60-70 em Natal.
Como esquecer?
1. Do Palácio dos Esporte em tempos de JERNs? Da torcida do Atheneu? Da rivalidade ED e CIC? Do passeio acima das arquibancadas, onde rolavam as paqueras? Do entusiasmo das torcidas? Do uniforme do CIC (usávamos saia para jogar). Da dupla Kátia e Keila no basquete?
2. Da saída do CIC às 11:30hs. Canteiro central da Deodoro repleto de alunos do Marista, Atheneu e Sete de Setembro, numa paquera diária;
3. Da KIXOU, grande idéia de Evaldo Maia que movimentou a João Pessoa nos fins de tarde (Lá experimentei OvoMaltine pela primeira vez), reunindo a "juventude dourada" de nossa geração;
4. Dos festivais de música no Palácio dos Esportes ("Aruanda vai nacer nos olhos de quem nasceu..."), que reunia a nata da melhor música natalense;
5. Das primeiras bandas de rock que animavam as festas de colégio: TheFuntos, Os Gênios, Os Vândalos, As Gatas (do CIC) as Luluzinhas (do Neves) e outras;
6. Dos arrastas (não confundir com arrastão) nos fins de semana ao som de Renato e seus Blue Caps, Erasmo Carlos, Beatles, Stevie Wonder e outros bons;
7. De Waldemar Ernesto comandando o show de música na boate do América (lembram-se da Luz Negra?);
8. Das domingueiras no ABC;
9. Do Hippie Drive In;
10. Da boate Aquarius;
11. Das quermesses na Lagoa Manoel Felipe;
12. Da inauguração do Castelão e dos jogos do Campeonato Nacional na quarta-feira à noite (Alberí, Scala e tantos outros);
13. Dos blocos de carnaval puxados a trator: Jardim de Infância, Deuses, Kings, As vinte mais, YNRRA...
14. Dos bailes de carnaval no América;
15. Do barródromo;
16. Das corridas de Kart na RAMPA;
17. Das serenatas pela madrugada;
18. Do STOP e de seu garçom Perneta;
19: Do Dia e Noite e da Tenda do Cigano, nos fins de festa;
20. Do SCBEU nos fins de tarde;
21. Da praia do Forte nas manhãs de sábado e domingo;
22. Da sessão de cinema as 02:00 (14:00) no Rio Grande, aos domingos.

Coisas que marcaram um tempo precioso de minha geração e cuja lembrança nos traz saudades...

domingo, 4 de setembro de 2011

O que fizeram com as nossas crianças

Deu na época da semana passada:
Quadrilha infantil
Um grupo de sete crianças foi capturado pela Polícia Militar depois de tentar assaltar um hotel em São Paulo , na última segunda-feira. Cinco deles tinha até 11 anos de idade. Levados para o Conselho Tutelar da Vila Mariana, Zona Sul da cidade, promoveram uma baderma. Sob o efeito de alucinógenos, lançaram objetos contra os policiais. Após o quebra-quebra foram levados para abrigos municipais.

Sim, essa é a realidade de milhares de crianças que perambulam pelas ruas das nossas cidades. Crianças que não viveram a infância merecida, pois não conheceram família, afeto, proteção. Cresceram como bichos na guerra urbana da sobrevivência, completamente sozinhas, desprovidas de qualquer valor à vida. Vida? Qual será o sentido da vida para essas crianças? Uma vez perguntei a uma dessas crianças se ela não tinha medo de morrer. E ela me disse que para ela, tanto fazia viver como morrer.
Viver é simplesmente ter que lutar para estar vivo - tentar matar a fome que dói, o medo das noites escuras, a solidão. Ir buscar a alegria momentânea da perda da consciência que a droga possibilita, esquecendo a fome e o medo. Experimentando uma sensação de euforia e poder que os transforma, aos olhos da sociedade, em pequenos monstros.
Eu já sentí medo de duas crianças nas ruas de São Paulo. E essa foi uma sensação estranha para mim. Afinal eles eram menores que eu, mais fracos físicamente e mais vulneráveis à ação das outras pessoas, principalmente a violência da polícia. Mas eu tive medo. Medo de um olhar distante e triste e de um pequeno canivete que ele portava.
Passado o medo o sentimento que restou foi a tristeza. Pensei nas minhas filhas que tudo tinham e naquelas ameaçadoras criaturas que faziam da violência a sua forma de sobrevivência.
Sentí raiva do meu país. E passei a desconfiar do Estatuto da Criança e do Adolescente que só protege a criança de castigos penais e não a protege do mau que o seu meio produz. E, fazendo isso, possibilita a reprodução do quadro de violência no qual essas crianças estão inseridas.
Triste realidade a das crianças que não tiveram o direito de ser crianças e que por isso, causam medo à sociedade...

sábado, 3 de setembro de 2011

O teatro do absurdo

Natal é uma cidade diferente de tudo o que se vê por aí. Primeiro porque é a cidade que tem mais gente endinheirada do mundo e o teatro mais caro do Brasil.
Esse teatro cobra preços exorbitantes e, segundo ouço falar, está sempre cheio.
O próximo show de Maria Bethânia custa a bagatela de R$250,00, em qualquer lugar. Absurdo dos absurdos!
Senão vejamos:
O ingresso do Rock in Rio, com pelo menos 06 diferentes shows (incluindo os internacionais) custou R$190,00 (já estão esgotados).  
O ingresso para ver a nova versão de HAIR, na Brodway, em lugar privilegiado (orquestra) custa U$130,00. Menos que Maria Bethânia no Teatro Riachuelo.
Olhando a Veja Rio da semana passada, não ví nenhum teatro acima de R$70,00.

Gente, estamos sendo super explorados. Estamos ratificando a idéia que cultura é coisa de rico.
Uma pena...