sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O imbróglio da política potiguar

E tem início o jogo eleitoral. E como em todo jogo, os participantes munem-se de estratégias diversas, para realizarem as escolhas mais adequadas para alcançar o objetivo final. Nada de ideologias ou projetos políticos comuns. Isso é o que menos conta (se é que ainda conta).
Assim fui formada para entender a política numa das instituições acadêmicas mais sérias desse país: a UNICAMP. Formada para ver a política para além das paixões, dos dogmas, das fachadas ideológicas...Ver a política como um acirrado jogo de interesses para chegar ao poder. E é com essas lentes que olho para o atual cenário político do Rio Grande do Norte. Um cenário marcado pela indefinição, pelo oportunismo de todos, pelo salve-se quem puder...

A aliança nacional mantida até bem pouco tempo como a coisa mais sólida do atual momento político parece desmanchar-se no ar. O acordo PMDB/PT para a formação da chapa majoritária parece, agora, coisa do arco da velha. Compromissos assumidos foram escritos na praia de maré seca e já foram apagados pelas grandes marés de janeiro...

O cenário político nacional com a provável candidatura de Eduardo Campo, fez rodar a roleta de novas apostas no cenário local, dando à ex-governadora Wilma Faria um novo fôlego. Parece que tudo gira, agora em torno da definição de sua futura candidatura: Governadora ou senadora? O PSB já não é aliado do PT e é agora, seu grande adversário, sendo portanto, inviável uma chapa que reúna os dois antigos aliados.

Como ficará o PMDB que pretende ter candidato próprio ao governo se Wilma Faria for candidata a governadora? O partido insistirá na sua proposta de seguir junto com o PT apoiando Fátima Bezerra para o senado? E com quem ficará o PMDB caso a ex-governadora decline da indicação de seu partido para a candidatura ao governo do estado e opte pela candidatura ao Senado, tornando-se aliado forte para o PMDB?

Como ficará o PT sem o antigo aliado forte, tão prestigiado em nível nacional pelo governo do PT? É importante lembrar que o partido ficou ainda mais forte em nosso estado, com os cargos assumidos na Praça dos Três Poderes por Garibaldi Filho e Henrique Eduardo. Qual a saída a ser buscada pelo PT para garantir o projeto da direção nacional de aumentar a sua bancada no RN, com um senador, um deputado federal e pelo menos dois deputados estaduais?

Para onde caminhará o vice-governador Robinson Faria, candidato declarado ao governo do estado, mas até o presente momento, candidato dele próprio. O PT vai buscar no partido de Robson, apoio eleitoral?

E como ficará a tão propalada base de apoio da presidente Dilma? Ou não será necessário que as alianças nacionais rebatam nas alianças locais?
O fato é que, por enquanto, apenas a governadora Rosalba aparece como candidata (dela própria ou do seu partido?) e o discurso de uma chapa de oposição, unificada e forte, parece ter sido esquecido.

Muita água vai correr por debaixo da "Ponte de todos" até o fim de abril...Muitos acordos secretos, muita troca de favores, muitas promessas não cumpridas...
O jogo está correndo, as roletas girando, os candidatos fazendo as suas apostas, alguns blefando para tentar a viatória...
E nesse jogo, o que menos interessa, como sempre, é o pensamento do eleitor. O eleitor que é detentor de um poder maior - o voto, mas que ainda não se apercebeu dessa realidade...
Esperemos maio chegar...  

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