Chocada! É isso, fiquei chocada ao ler nos jornais da cidade as primeiras declarações de "intenções de governo" por parte do governador eleito para o Rio Grande do Norte, Robinson Faria. O despreparo do nosso futuro governante é estarrecedor, principalmente quando fala da questão social.
Todos sabem que essa é a minha área de trabalho e talvez, por isso, as suas declarações tenham tocado fundo na minha capacidade de indignação.
O futuro governador diz textualmente que fará um governo "50% social" e continua: "Eu me emociono muito com o social. Vou abraçar essa vertente. Vou fazer um governo humanitário. Nosso estado, apesar do Bolsa Família, ainda tem 300.000 pessoas (sic) que moram abaixo da linha da pobreza. Vou fazer programas sociais para essas pessoas". E conclui dizendo que a sua esposa atuará como voluntária nos programas sociais. E acrescenta: "Ela é uma pessoa muito religiosa e atuará como voluntária nesses projetos.
Gente! A despeito do que está escrito na Constituição da República Brasileira de 1988, que declara a Assistência Social um dever de Estado, e portanto um direito social, o nosso futuro governador expressa, no ano de 2014, uma visão de política social que data do século XIX, que remete a caridade religiosa, e à filantropia, e por que não dizer (em termos políticos) à troca de favores e ao clientelismo barato. A cultura política da dádiva e não do direito.
Meu caro governador, na formação do seu secretariado, procure pessoas que pensem diferente do Senhor para tratar da política social do seu governo. O social (entendido pelo senhor como pobreza), não deve ser algo que emociona, mas que envergonha. Não tenha pena do pobre, governador, tenha respeito. O povo pobre do nosso estado não precisa da caridade religiosa dos governantes. A Igreja já faz isso, na medida de suas condições. O povo precisa de escola de qualidade, o povo sonha em ter atendimento médico digno nos hospitais em seus momentos de dor, o povo quer descansar seu corpo em segurança sem precisar estar amedrontado com a troca de tiros nos morros e favelas, o povo quer trabalho e, acima de tudo dignidade. Isso é social, governador...
Meus caros amigos! O nosso estado vive uma dramática situação econômica e social deixada pelo governo que sai, cujo vice governador era o senhor Robinson Faria. As palavras inicias do futuro governante são um claro sinal de alarme. Estejamos atentos!
Bom texto. Esta muito atrasado.
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