Gente, fiquei estarrecida com o noticiário de ontem, da TV, sobre a lei que está sendo discutida (e já parcialmente aprovada) no Congresso Nacional. Enquanto o Brasil está mergulhado em uma crise moral (já que na economia vamos muito bem, segundo afirmam os especialistas); a corrupção anda a galope de cavalo alazão; a famigerada Copa do Mundo arranca o dinheiro público que deveria ser aplicado na construção de mais hospitais e escolas e na execução de uma política social mais estruturante e duradoura, o Congresso Nacional está preocupado com palmadas e beliscões.
Lembro aos nossos nobres deputados e senadores: essa é uma preocupação típica de países onde as necessidades básicas estão plenamente resolvidas e o parlamento cuida das franjas do chamado Bem Estar Social, dos chamados adereços, maquiagem, ou coisa que o valha, para expressar cuidado e vigilância com a qualidade de vida das pessoas. Não é o nosso caso.
A violência doméstica nada tem a ver com palmadas e beliscões. É um problema bem mais complexo e tem a ver com o stress de viver em uma sociedade onde falta uma educação de qualidade para os nossos filhos, faltam creches, faltam médicos nos hospitais, falta uma política de assistência social de verdade e de caráter realmente universal, falta trabalho, moradia decente e tantas outras coisas...
A aprovação dessa Lei é uma intromissão indevida do Estado na esfera privada da famíia. É um abuso!!!
Olha, não sou a favor da educação pela violência. Longe de mim, tal coisa. Mas aprendí com a vida e a minha experiência materna que, muitas vezes, uma pequena dor ajuda a educar, assim como o exemplo. A noção de limite vem, muitas vezes, da associação que a criança faz com algo que lhe provocou desconforto. As palavras podem ferir (e ferem) muito mais que uma palmada ou um beliscão. A psicologia sabe disso...
Depoimento de mãe que é muito amada pelas suas filhas: Se a birra teimava em continuar em um lugar público, um ligeiro beliscão colocava as coisas no lugar. Ninguém ficou traumatizado com isso e já ouví minha filha psicóloga dizer que estaria feliz se conseguisse educar seus filhos como eu eduquei os meus.
Os políticos brasileiros costumam encher linguiça com adereços e alguns setores da sociedade ficam sensibilizados com isso, achando que estamos dando passos para uma sociedade mais justa e mais fraterna.
É tempo de acordar!
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