A saúde de um povo é um fator distintivo do respeito que uma nação tem pelos seus cidadãos. A saúde existe onde existe uma estrutura de saúde pública e privada capaz de atendimento de qualidade às pessoas enfermas, assim como uma política sanitária para prevenir doenças. Onde existe incentivo à pesquisa que investiga e produz antídotos capazes de fazer frente à velhas e novas enfermidades. Onde existe saneamento básico, agua de qualidade e respeito à qualidade de vida da população. Onde o cidadão é tratado como cidadão, portador de direitos sociais básicos que garantam o seu bem estar.
Onde nada disso existe, a doença impera.
O nosso país está doente. Há novas e velhas doenças que estão tomando conta das cidades, lotando hospitais, produzindo graves anomalias e, diante disso tudo, não vemos saída no fim do túnel. O grande vilão é um pequeno mosquito que vem se tornando portador de uma variedade de vírus, pouco conhecidos, mas que tem um forte poder destruidor.
"Um mosquito não pode ser mais forte que uma nação" diz a propaganda oficial que cotidianamente responsabiliza a sociedade pela proliferação do grande mau. Mas, o que tem sido feito, realmente para enfrentar esse problema que é resultante do descaso de sucessivos governos com a saúde pública? Como anda o saneamento básico em geral e a limpeza pública em particular? Como tem sido feito o combate ao mosquito (e não somente à larva)? Quanto vem sendo aplicado na pesquisa dessas doenças? Quantos novos agentes de saúde foram contratados para trabalhar no enfrentamento do mosquito?
A sociedade pode ajudar, sim, mantendo limpo "o seu quintal" e não jogando lixo na rua se existe uma coleta regular. E é somente isso que ela pode fazer. A partir daí o problema deixa de ser privado e torna-se público por exigir uma intervenção que está acima do poder dos cidadãos.
A gravidade das doenças provocadas por esse mosquito de nome esquisito - Aedes Aegypti, alarma a população como um todo por representar um perigo letal, principalmente para crianças e idosos. As mulheres que sonham com a maternidade estão vivendo o drama do medo, da incerteza da evolução da gravidez. Uma geração de indivíduos microcéfalos está sendo gerada em consequência do vírus da Zica, a mais grave de todas as doenças causadas pelo mosquito.
O atordoamento do poder público com a questão é chocante e alarmante. E os números crescem assustadoramente. Já não são centenas de pessoas, são milhares, por esse Brasil a fora. Os pronto socorros públicos e privados se assemelham a campos de guerra, onde um amontoado de pessoas sem ânimo, sem força e quase sem vida, compõem o cenário enfrentado pelos profissionais da saúde que muito pouco têm a fazer.
O nosso país está doente!!!!!
E essa doença ocupa o espaço televisivo, a imprensa, mas não sei se ocupa a agenda pública como prioridade. Pelo contrário. Os ocupantes das mais importantes pastas do governo federal são escolhidos, não pelo compromisso e o conhecimento que possuem em relação à sua área de atuação, mas por acordos inter partidários dos que fazem a coalizão governista O que dizer do pedido de exoneração da mais alta autoridade em saúde do país em um momento tão crucial para a nossa sociedade? O ministro voltou a ser deputado por três dias para atender a necessidades políticas dos governantes nesse nosso Brasil do absurdo.
E o país doente....Ah! ele pode esperar...
Triste país, o nosso...
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