terça-feira, 23 de agosto de 2011

O agosto da política

Algum tempo sem escrever, observando o tempo passar e o restinho da moralidade da política brasileira escorrer pelo ralo. Este foi um mês de revelação de casos de corrupção envolvendo a "fina flor" da política brasileira, aqueles que foram premiados pelos seus partidos com cargos altos na administração pública. Os escândalos envolveram ministros e todo o primeiro escalão dos ministérios dos transportes, agricultura e turismo, levando a queda de alguns ministros e o levante de alguns partidos em defesa de seus representantes ou de seu lugar na estrutura de poder. Partidos envolvidos nos escândalos, ameaçaram sair da base de apoio ao governo, caso houvesse alguma forma de retaliação.
Gente, o que é isso? Ao invés da vergonha (sentimento natural de qualquer pessoa quando descoberta cometendo um delito), bravata, prepotencia de quem se considera acima de todos os mortais. Hoje eu acho que o ministro Nelson Jobim quando criticou de forma velada os seus companheiros de governo (motivo da sua demissão), estava movido pela indignação diante do que observava ao seu redor.
A presidente, por sua vez, não consegue começar a governar, entendendo governo como o ato de tomar decisões que resolvam os problemas que afligem a população. No meio do tiroteio, tenta acomodar os  interesses de seus aliados sem descuidar "um pouco" da moralização da estrutura sob o seu comando. Tarefa difícil.
O presidencialismo de coalizão, modelo que organiza a nossa vida política, tem seus problemas... Bom seria se as coalizões funcionassem apenas nos momentos eleitorais, para aumentar o capital político dos candidatos. Mas não é assim. As coalizões se estendem para o governo, e isso leva governadores e presidentes eleitos a ter que "dormir com os inimigos", não tendo muito controle sobre eles. Estes precisam ser considerados, parceiros, sedentos de poder e regalias...  
Enquanto isso, as escolas, em muitos estados, estão paradas há mais de 60 dias, falta remédio nos hospitais e pronto-socorros, falta segurança nas cidades, as estradas estão intransitáveis (e o DNIT, eim?), e o povo....Ah, isso é apenas um pequeno detalhe...Até porque, o discurso dominante é que a economia vai bem. Que não há crise no Brasil.

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