quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A difícil arte de governar no país da corrupção

Há apenas dez meses de governo já são seis os ministros que deixaram o governo Dilma. Cinco ministros entregaram o cargo, quatro deles envolvidos em denúncias de corrupção.
Certamente há alguma coisa podre no "Reino da Dinamarca". A corrupção parece estar entranhada no tecido político de nosso país. Não há mais diferenças de conduta, do ponto de vista ético entre a direita, o centro e a esquerda. Conservadores, reacionários, revolucionários, militantes engajados, parecem ter aprendido pela mesma cartilha quando o assunto é o uso dos recursos públicos. O enriquecimento fácil e ilícito parece ser o caminho procurado por todos.
O governo Dilma começa mal, não pelas suas ações mas pela sua incapacidade de fazer escolhas.
Acho que está faltando um bom trabalho de "recrutamento e seleção" para os cargos de poder em nosso país. Atenção profissionais de Recursos Humanos, habilitem-se! O recrutamento pela via dos acordos políticos está falido, enquanto modelo de composição de equipes governamentais.
O Brasil pede SOCORRO...


PS: A queda do ministro responsável pela Copa, por denúncia de corrupção, já sinaliza para a trajédia que será a Copa do Mundo em nosso país...Já começamos a ser notícia no mundo...Se não tivermos cuidado a FIFA assumirá a presidência do país...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A crise do nosso governo

O Rio Grande do Norte está vivendo uma séria crise política motivada pelo rompimento do vice-governador Robson Faria com a titular da pasta. Crise que, no seu estopim, jogou lama nas relações pessoais e políticas dos dois principais personagens do executivo estadual. Crise que não é, nada mais nada menos, resultado das alinhavadas costuras políticas feitas pelos nossos políticos no afã da eleição a qualquer custo. Senão, vejamos...

O deputado Robinson, após alguns mandatos na presidência da Assembléia Legislativa, tendo consolidado sua liderança política no estado e alçado o seu filho à Câmara Federal, tinha objetivos claros de chegar ao Palácio do Governo em 2010, após ser o candidato mais votado na eleição de 2006, com votação espalhada por todo o estado. Era um antigo aliado da ex-governadora Vilma de Faria, e presidia um partido (PMN) criado por ele, em nosso estado, para acomodar os seus interesses políticos e escapar do jugo dos "donos dos partidos" tradicionais. Apesar da sua fôrça eleitoral, nos arranjos políticos visando 2010, é preterido no seu grupo de aliados em favor do então vice-governador Iberê Ferreira de Sousa, escolhido pela ex-governadora para sucedê-la. O rompimento com o PSB acontece e o deputado vai procurar abrigo nos braços do DEM, apesar do seu partido fazer parte da base de apoio do governo Lula e o seu filho Fábio exercer uma liderança no grupo de apoio ao governo. Está junto com o DEM já na eleição de 2008 em Natal, no grupo de apoio da candidata Micarla de Souza ( candidata que o presidente Lula - seu aliado, queria derrotar). Coisas da política. Sou amigo lá e inimigo aquí. Sem problemas... Dessa forma o deputado se credencia a participar  da chapa do DEM para o governo do estado, na eleição de 2010, na condição de vice da candidata Rosalba Ciarlini, que assume com ele (conforme ele anunciou à imprensa) o compromisso de apoiá-lo para o senado federal em 2014. 
Do outro lado, a governadora Rosalba, que saindo de dois mandatos na prefeitura de Mossoró é vitoriosa na eleição para o Senado em 2006, pelo DEM, e começa a consolidar a sua história de liderança política no Rio Grande do Norte, com o apoio do senador José Agripino Maia. Em 2010, na disputa para o governo do estado, precisa de Robinson, para conquistar o eleitorado de algumas regiões do estado e para aproximar o seu governo do governo federal, que tem o partido de Robson como aliado. Isso porque, o DEM vai pouco a pouco assumindo a condição de inimigo número 1 do governo federal e isso representa um problema na busca de recursos para um estado em grave crise econômica. O problema que aparece em seguida à eleição é que o partido de Robinson é um partido menor na aliança governamental e a governadora precisa buscar apoios mais sólidos e com mais poder. É aí que entra em cena o PMDB, que em 2010 esteve "partido" na eleição para o senado. O senador Garibaldi Filho já estava  com Rosalba e Agripino em 2010 numa aliança com vistas à sua reeleição, enquanto o deputado Henrique Alves apoiava o candidato do PSB e fortalecia a sua condição de aliado do governo Lula com a indicação do seu amigo Michel Temer a vice-presidência da República. Este último, tendo consolidado uma posição de destaque na base governista nacional, com a promessa de assumir a presidência da Câmara Federal, começa a pensar mais alto e esboça o projeto de chegar ao Senado em 2014. É aí que a governadora entra e cena tornando-o aliado de "segunda hora" e criando as condições do apoio ao seu nome para o senado, nas próximas eleições, em detrimento do acordo feito com o seu vice Robinson que começa a demonstrar o seu descontentamento e passa a ser "escanteado" na estrutura de governo do qual fazia parte.
O desfecho dessa estória todo mundo sabe...
O resultado é que temos uma estrutura de governo fragilizada (crise entre a governadora, o vice, e o principal secretário de governo), uma equipe agora, sem comando, e no meio de tudo isso, declarações desastrosas que tentam explicar a crise pela força que o marido da governadora tem na estrutura de poder. Pode até ser, mas as razões da crise são mais profundas e podem ser encontradas no "imbróglio" político eleitoral construído pelos nossos representantes na busca de reeleição. Que não conhece compromisso, fidelidade, e acima de tudo ética.
O jeito é esperar para ver para onde estamos caminhando....

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A estranha casa do Povo

Nos últimos 15 dias tive a oportunidade de assistir a solenidades nas principais "casas do povo" do nosso estado: a Assembléia Legislativa e a Câmara de Vereadores de Natal. Dessas visitas extraí alguns fatos que me chamaram a atenção.
O primeiro deles é que essas casas podem prestar homenagens sem que os seus principais ocupantes (os representantes do povo) estejam presentes. Ora, dirá alguém espertamente, mas a casa não é do povo? Desde que exista gente, a homenagem se realizará. Acontece que, esse mesmo povo elegeu os seus representantes para tomar conta dessa casa e representá-lo em todas as situações.
Bem, fui educada segundo os princípios das boas maneiras seridoenses e, segundo esses mesmos princípios, é por demais estranho que se faça uma festa sem a presença dos donos da casa ou daqueles que cuidam dela...A ausência deles é, no mínimo, uma falta de respeito aos homenageados.
Primeira conclusão: o esvaziamento dos plenários legislativos é um fato (e grave!) até nas festas. 
O segundo fato diz respeito ao protocolo cumprido pelo cerimonial. As pessoas consideradas "importantes" (quem julga essa importância?) devem ser nomeadas publicamente, fazendo-se assim uma distinção em relação aos demais. E aí eu pergunto: e a casa não é do povo? todos os cidadãos não são iguais perante a lei? Porque então se registra a presença de uns e de outros não?
Segunda conclusão: As casas do povo organizam seus atos segundo princípios oriundos de uma cultura política não republicana, fundada na desigualdade de status e de poder.
Frágil democracia essa em que nós vivemos...
Será que tudo isso vai mudar um dia?????

sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do professor

Hoje é o dia do professor!
Um dia que foi perdendo a sua importância no tempo a medida em que a figura do professor foi se transformando, com a massificação do ensino. Parece elitista falar assim, mas, de fato, isso tem a sua explicação. A massificação do ensino fez com que a escola virasse mercado de trabalho para milhares de pessoas e os professores se tornassem "trabalhadores da educação", na linguagem sindical.Como diz Ruben Alves (2011:130), os professores hoje preferem considerar-se “trabalhadores” que ganham pelas “mercadorias intelectuais” que produzem, de forma competente, sob a forma de um saber. Como professor, produzo tal mercadoria, que vale tanto. Ignoram que isso é o que sempre detestei! Ao assim pensarem o ensino, eles o inserem na perversa lógica dos “valores de troca”. 
E nesse contexto em que vivemos não é necessário vocação para ser professor. Entendendo vocação como um chamado interior de amor: chamado de amor por um fazer. (Ruben Alves, Conversas sobre Política). Da mesma forma, ensinar não é mais uma missão como pensava a minha mãe. Para ela a missão do professor, era construir o futuro, na certeza de que é o alicerce de um mundo em mudança. Ela dizia ser gratificante vermos no homem de hoje, a criança de ontem, que marcou o nosso coração de mestre. 
Há algum tempo recebí de meus alunos uma placa que dizia: Muitos são os professores, poucos são os mestres... 
Herdei dela essa visão do professor. A sala de aula foi sempre a minha realização. Pelo seu exemplo é a ela que presto hoje as minhas homenagens.

Emendas trocadas

Voltando as emendas no orçamento da União. No post de 29 de setembro, sobre emendas parlamentares, eu falava sobre dois deputados (um de São Paulo e outro do Rio) que aprovaram emendas para o nosso estado e eu não entendia muito a razão, pois como representantes de outros estados eles deveriam procurar beneficiar as suas bases.
Um leitor me forneceu uma primeira explicação para esse mistério. O seu nome: EMENDAS TROCADAS.
Elas são frutos de negociaçoes que os prefeitos fazem com deputados de outros estados, para destinação de emendas para os seus municípios na condição de assegurarem uma porcentagem do recurso para os nobres parlamentares.
As quadrilhas existem e não são juninas...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A descoberta da Yoga

Foi a muitos anos atrás. Eu que sempre fui a agitação em pessoa, que gostava de barulho, confusão, agenda cheia, de repente cansei de tudo isso, ou melhor tudo isso se tornou pesado demais prá mim. O corpo sentiu, a cabeça sentiu, a alma sentiu...Precisava encontrar um outro padrão de prazer, de realização, que não necessitasse despender tanta adrenalina. 
Aos pouquinhos fui me achegando a Yoga. Logo eu que sempre dizia que Yoga não combinava comigo...Comecei devagarinho em Campinas, ainda na época do doutorado. Tempos depois, recomecei em Natal, no Núcleo de Yoga da UFRN. Alí conhecí Andréa, a "minha mestra". Foi com ela que pude perceber que a prática da Yoga podia ser diferente do que eu conhecia até então. Ela me trouxe prá Yoga devagarinho e daí, nunca mais saí. Fiz cursos em diferentes lugares até que conhecí a Montanha Encantada, um centro de Yoga em Garopaba - Santa Catarina. Alí conhecí o valor do silêncio e a Paz que vem da natureza.
A Yoga me transformou. Hoje tenho consciência que existem duas Ilzas: uma antes e outra depois da Yoga. Porisso recomendo: jogue fora os seus preconceitos com as práticas orientais, aprenda a olhar prá dentro de si mesmo, respire de forma consciente percebendo a energia que vem do ato de respirar. E seja mais feliz...
Namastê!