segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A estranha casa do Povo

Nos últimos 15 dias tive a oportunidade de assistir a solenidades nas principais "casas do povo" do nosso estado: a Assembléia Legislativa e a Câmara de Vereadores de Natal. Dessas visitas extraí alguns fatos que me chamaram a atenção.
O primeiro deles é que essas casas podem prestar homenagens sem que os seus principais ocupantes (os representantes do povo) estejam presentes. Ora, dirá alguém espertamente, mas a casa não é do povo? Desde que exista gente, a homenagem se realizará. Acontece que, esse mesmo povo elegeu os seus representantes para tomar conta dessa casa e representá-lo em todas as situações.
Bem, fui educada segundo os princípios das boas maneiras seridoenses e, segundo esses mesmos princípios, é por demais estranho que se faça uma festa sem a presença dos donos da casa ou daqueles que cuidam dela...A ausência deles é, no mínimo, uma falta de respeito aos homenageados.
Primeira conclusão: o esvaziamento dos plenários legislativos é um fato (e grave!) até nas festas. 
O segundo fato diz respeito ao protocolo cumprido pelo cerimonial. As pessoas consideradas "importantes" (quem julga essa importância?) devem ser nomeadas publicamente, fazendo-se assim uma distinção em relação aos demais. E aí eu pergunto: e a casa não é do povo? todos os cidadãos não são iguais perante a lei? Porque então se registra a presença de uns e de outros não?
Segunda conclusão: As casas do povo organizam seus atos segundo princípios oriundos de uma cultura política não republicana, fundada na desigualdade de status e de poder.
Frágil democracia essa em que nós vivemos...
Será que tudo isso vai mudar um dia?????

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