A história do Partido dos Trabalhadores esteve sempre ligada à história dos movimentos sociais que lhe deram origem. O PT foi o único partido do país que nasceu nas ruas. Que veio das bases. E, por isso, o único partido que experimentou mecanismos de gestão pública, baseados na idéia da democracia direta. O partido do assembleísmo, da discussão aberta. Isso tudo, até chegar ao topo do poder na política brasileira.
Lá, foi descobrindo que o clamor das bases dá trabalho, ratificando a velha tese de Samuel Huntington de que o exceso de demandas vindas da sociedade cria problemas de governabilidade. Daí, quanto menos participação, melhor. Mas, a participação não era a marca maior do "modo petista de governar"? As decisões internas o partido não vinham sempre das bases? Mesmo quando elas eram forjadas?
Lamentável a atitude do diretório nacional do partido nos casos de Recife e Mossoró. Dessa forma a cúpula esquece as bases e constrói alianças exdrúxulas passando por cima de sua história.
terça-feira, 26 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
A cidade está doente
Nos últimos dias tenho visto na televisão uma propaganda oficial (não me lembro se da prefeitura ou do governo estadual) que faz parte da campanha de combate a dengue. Nela, uma jovem senhora, aparentando uma grande tristeza, se culpa pela morte da vizinha (de dengue) pelo fato de ter descuidado da limpeza do seu quintal. As imagens são fortes e acredito que cumprem a função de amedrontar a população.
Todos nós sabemos que a população pode ajudar, e muito, no combate da doença que vem atingindo índices alarmantes. Estar atento para a existência de depósitos que podem acumular água é uma tarefa importante para todos nós. Isso, no entanto, não faz de nós os grandes responsáveis pela proliferação da doença. O poder público tem que fazer a sua parte.
Na última semana ví no jornal a cobrança feita por um médico infectologista acerca dos chamados "carros fumacê". Logo em seguida o poder público tentou apresentar razões técnicas para a ausência desses carros, alegando que o fumacê só atinge mosquitos adultos (e daí?) e causa prejuízos à saúde da população se a sua utilização não cumprir um intervalo de 06 meses. Acontece que, em muitas regiões da cidade não se vê esses carros, há anos. Mas, deixcando os "carros fumacê" de lado, vem a questão mais importante na atual situação. A prefeitura não está limpando o seu "grande quintal" e assim não dá prá cobrar a limpeza do meu e me responsabilizar pelas mortes que acontecem.
Essa semana passei pelo bairro de Mãe Luiza e o que ví me deixou estarrecida. O bairro está transformado num grande lixão a céu aberto, que com as chuvas escorre pelas ladeiras. Uma verdadeira imundície. Isso, no entanto, não é privilégio de Mãe Luiza. Está acontecendo em um número muito grande de bairros da cidade.
E aí, prefeitura de Natal? A hora de assumir o seu papel no combate à dengue, passou há muito tempo. Não adianta querer incultir sentimento de culpa em nós mortais, pela proliferação da dengue e de muitas outras doenças que estão enchendo os hospitais públicos e privados. A responsabilidade é sua. A população, prefeita, confiou em você quando lhe deu o seu voto. Pense nisso pois a cidade não pode permanecer doente por muito tempo.
sábado, 23 de junho de 2012
O fiasco do Rio + 20
Vinte anos depois da Eco 92, a primeira conferência sobre o meio ambiente acontecida sobre o patrocínio das Nações Unidas, o mundo continua quase o mesmo, em termos de proteção ambiental. Pouca coisa mudou. Talvez apenas os rótulos, os novos conceitos para designar as mesmas coisas. A própria ambientação da Rio+20 a despeito de algumas sofisticações alegóricas, era muito semelhante à 92. Muita festa, muito auê, eventos paralelos, ONGs em profusão, assembléias paralelas, acampamentos no meio da praça e muito pouca decisão.
A falta de acordos entre os países, a ausência dos que realmente importam, e a necessidade de cumprir os rituais das grandes conferências, levou, mais uma vez à elaboração e assinatura de um documento final que desagradou a todos. No meio dos desacordos a questão: quem pagará a conta do desenvolvimento sustentável, da economia verde ou qualquer coisa do tipo? No mundo em que vivemos, o financiamento produtivo é voltado para a idéia do lucro (e quanto mais rápido e fácil ele vier, melhor). A economia verde, o desenvolvimento sustentável estão na contramão dessa história. No Rio+40 a história certamente se repetirá, e talvez já seja tarde demais...
A falta de acordos entre os países, a ausência dos que realmente importam, e a necessidade de cumprir os rituais das grandes conferências, levou, mais uma vez à elaboração e assinatura de um documento final que desagradou a todos. No meio dos desacordos a questão: quem pagará a conta do desenvolvimento sustentável, da economia verde ou qualquer coisa do tipo? No mundo em que vivemos, o financiamento produtivo é voltado para a idéia do lucro (e quanto mais rápido e fácil ele vier, melhor). A economia verde, o desenvolvimento sustentável estão na contramão dessa história. No Rio+40 a história certamente se repetirá, e talvez já seja tarde demais...
As cores e a alegria do meu São João
Dentre as tradições herdadas de nossos colonizadores, os festejos juninos são, para mim a tradição mais interessante. Isso porque em Portugal, os santos Antônio, João e Pedro são festejados com muita alegria e grande animação. Posso dizer que as festas juninas são "o carnaval" dos portugueses, com bloco e tudo o mais.
No Brasil a imagem dessas festas esteve sempre ligada ao mundo rural (o capira, a festa na roça, o forró pé de serra...) e a transposição dos festejos para o espaço urbano sempre deixou a desejar. Perdia a sua originalidade, as suas principais inspirações, mas, ainda assim, continuam a povoar a nossa memória afetiva. Quem não se lembra do São João de sua infância? A quermesse do colégio, as festas de rua, as quadrilhas (puxadas por expressões francesas que nós não sabíamos o significado), as advinhações e tantas brincadeiras que ajudavam a dar o tom de alegria à todas essas festas.?
O São João mudou: as quadrilhas são agora "estilizadas", misto de forró e carnaval; as músicas perderam o lirismo de outrora ( Olha pro céu, meu amor, vê como ele está lindo...) e hoje fazem dançar e rir com apelos pornográficos; ficou apenas a mesa junina: a boa canjica (que não deve ter leite condensado), a pamonha, os bolos: de milho, batata e macaxeira, o bolo preto, o munguzá, as cocadas, a tapioca molhada com leite de côco. Hum!!!!!
Como acabei de me esbaldar numa mesa como a descrita acima, rompendo muitos dias de dieta, a saudade das velhas festas motivou a minha inspiração. E viva Santo Antônio, São Pedro e São João.!!!!!
No Brasil a imagem dessas festas esteve sempre ligada ao mundo rural (o capira, a festa na roça, o forró pé de serra...) e a transposição dos festejos para o espaço urbano sempre deixou a desejar. Perdia a sua originalidade, as suas principais inspirações, mas, ainda assim, continuam a povoar a nossa memória afetiva. Quem não se lembra do São João de sua infância? A quermesse do colégio, as festas de rua, as quadrilhas (puxadas por expressões francesas que nós não sabíamos o significado), as advinhações e tantas brincadeiras que ajudavam a dar o tom de alegria à todas essas festas.?
O São João mudou: as quadrilhas são agora "estilizadas", misto de forró e carnaval; as músicas perderam o lirismo de outrora ( Olha pro céu, meu amor, vê como ele está lindo...) e hoje fazem dançar e rir com apelos pornográficos; ficou apenas a mesa junina: a boa canjica (que não deve ter leite condensado), a pamonha, os bolos: de milho, batata e macaxeira, o bolo preto, o munguzá, as cocadas, a tapioca molhada com leite de côco. Hum!!!!!
Como acabei de me esbaldar numa mesa como a descrita acima, rompendo muitos dias de dieta, a saudade das velhas festas motivou a minha inspiração. E viva Santo Antônio, São Pedro e São João.!!!!!
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Uma atitude digna
A decisão de Erundina de desistir da candidatura a vice prefeita na chapa de Haddad vislumbra a possibilidade de que nem tudo está perdido. Ao se negar a fazer parte do mesmo palanque de Maluf; ao perceber que este foi mais prestigiado pelo PT, recebendo a visita do próprio Lula em sua casa; e não querendo fazer parte dessa farsa, Erundina disse NÃO. E assim fazendo manteve a sua coerência, demonstrou caráter e firmeza de propósitos, jogou o jogo da política com P maiúsculo, colocando o Partido dos Trabalhadores numa difícil situação. E agora Lula? Como continuar alavancando a candidatura do seu pupilo?
terça-feira, 19 de junho de 2012
Desculpe a ausência
Fiquei algum tempo fora do ar (exatamente dois meses). É que o blogger.com fez algumas mudanças, adotou uma cara nova e eu não conseguí processar bem as informações. Confesso que foi pura falta de paciência. Não sei por que, na informática tudo tem que mudar tanto. Quando a gente está quase uma especialista, muda tudo e a gente vira analfabeta. E, depois de uma certa idade, a gente não aceita bem sair da zona de conforto do que é sabido para encarar um novo aprendizado.
Mas, a vontade de escrever me fez, hoje, encarar o desafio. Acho que foi a indignação com a foto Lula/MAluf.
E não é que conseguí?
Gente, estou voltando... como na música de Chico.
Mas, a vontade de escrever me fez, hoje, encarar o desafio. Acho que foi a indignação com a foto Lula/MAluf.
E não é que conseguí?
Gente, estou voltando... como na música de Chico.
Cenas que não gostaria de ver
Gente,
Há coisas no campo da política que a gente nunca pensou que pudesse acontecer. Mesmo sabendo, como estudiosa do assunto, que a política é o campo das mil possibilidades. Um campo aberto, movido por cálculos e interesses. Seria muito bom que não fosse assim. Aliás, na minha vida, sonhei com uma política de um novo tipo. Baseada em princípios, valores, ideais e ética, muita ética. Por isso, logo em 1980, eu OPTEI. Vestí com orgulho essa camisa, vestí com ela as minhas filhas, passei para elas uma imagem idílica do meu novo ídolo político: Lula, o nosso Che.
Trinta anos depois...não posso deixar de sentir raiva, indignação ao ver essa imagem. O sonho acabou. Os princípios, os ideais, a ética foram deixados de lado em troca de 1 minuto e trinta segundos de TV. Sim é isso que vai ser adicionado à campanha televisiva de Haddad com a adesão de Paulo Maluf à campanha do PT.
Fica a tristeza e, acima de tudo, o desencanto com a política. Onde estão as minhas referências, aqueles que receberam o meu voto (de confiança) ? Por que eles se calam nesse momento????
Há coisas no campo da política que a gente nunca pensou que pudesse acontecer. Mesmo sabendo, como estudiosa do assunto, que a política é o campo das mil possibilidades. Um campo aberto, movido por cálculos e interesses. Seria muito bom que não fosse assim. Aliás, na minha vida, sonhei com uma política de um novo tipo. Baseada em princípios, valores, ideais e ética, muita ética. Por isso, logo em 1980, eu OPTEI. Vestí com orgulho essa camisa, vestí com ela as minhas filhas, passei para elas uma imagem idílica do meu novo ídolo político: Lula, o nosso Che.
Trinta anos depois...não posso deixar de sentir raiva, indignação ao ver essa imagem. O sonho acabou. Os princípios, os ideais, a ética foram deixados de lado em troca de 1 minuto e trinta segundos de TV. Sim é isso que vai ser adicionado à campanha televisiva de Haddad com a adesão de Paulo Maluf à campanha do PT.
Fica a tristeza e, acima de tudo, o desencanto com a política. Onde estão as minhas referências, aqueles que receberam o meu voto (de confiança) ? Por que eles se calam nesse momento????
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