quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ah, os políticos

Já há algum tempo, venho observando o comportamento dos políticos em público e confesso que essa observação algumas vezes me causa náusea e às vezes pena.
Estive ontem em um seminário na UFRN sobre os Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. Hávia ministros de Estado presentes e, onde tem ministro, tem político. E político querendo ser notado pelo ministro. Afinal ser abraçado por uma ministro ou citado por ele, em seu discurso, é sinal de prestígio para os políticos.  Fiquei observando a dança dos políticos a cada nova autoridade que aparecia. Em intervalos entre as falas, lá iam eles para apertar a mão, abraçar, parecerem amigos. Na fala do ministro da Educação ele citou alguns deputados do RN e perto de mim havia um "depufede" que não foi citado e ficou naquela agiatação. Afinal ele é um deputado da base aliada e é esquecido numa hora tão importante? Será que as pessoas notaram o esquecimento (ou a pouca importância atribuída a êle)? Certamente essas perguntas pareciam estar presentes na inquietude do dputado. Ele chamava assessores e falava baixinho, mexia no celular, certamente brincando no seu twitter, olhava prá um lado, prá outro numa agitação que só acabou quando após a palestra do ministro o cerimonial (certamente a pedido de seus assessores) fez o registro da sua presença. Ah!!!!!! agora ele poderia ir embora. Sua missão estava cumprida.
É interessante perceber que, onde tem político e cerimonial, a presença dos políticos tem que ser registrada, como se eles fossem mais importantes que as outras pessoas e por isso tem que ter destaque entre os demais. É gozado (para não dizer, ridículo) quando se trata de um evento de natureza acadêmica. Eles estão presentes, não para ouvir a conferência, participar do debate ou coisa similar. Eles estão alí simplesmente para garantir a citação do seu nome entre os "presentes ilustres". Depois de citados, levantam calmamente e vão embora... E eu fico pensando: quanto trabalho de deslocamento para tão pouco.
É isso que acontece também em atos religiosos. Não qualquer um, mas aqueles que importam. Vocês já viram como político gosta de festa de padroeira? de missa e procissão? Coitados!!! Alguns são ateus confessos mas uma festa de padroeira é sempre um momento bom para aparecer.

Um comentário:

  1. Adorei o texto, mãe!!!! Muito real...
    Possivelmente, a grande maioria dos políticos ali presentes (num evento acadêmico) tivesse pouca contribuição intelectual a dar. E nenhum desejo de aprender.
    Seguem a máxima do "quem não é visto, não é lembrado". No caso deles, no sentido literal da palavra, por ser a imagem (tb no sentido literal!!) a única coisa que tem a oferecer, Contenta-se quem quiser!!
    E muitas pessoas o fazem, por isso que eles estão no poder.

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