sexta-feira, 1 de abril de 2011

Muitas eleições e pouco governo

Um dos problemas mais sérios (no meu ponto de vista) a serem enfrentados em uma reforma política é a unificação da realização de eleições. A realização de eleições a cada dois anos dificulta a estabilidade dos governos e compromete a governabilidade.
Apenas cinco meses após a última eleição, o debate na imprensa e no meio político já se desloca para as eleições de 2012. Iso porque, mal fecharam-se as urnas, os candidatos derrotados já se lançavam candidatos para o próximo pleito, sob a alegação da "vontade do povo". Se realmente houvesse essa vontade do povo esses candidatos teriam tido sucesso na eleição que terminava, isso não é lógico?
Pesquisas já foram realizadas e certamente novas alianças e novos acordos já estão em andamento. E o que é mais complicado: as coligações construídas para a eleição de 2010 já não servem mais para 2012. Governos que foram montados levando em consideração os partidos da coligação vitoriosa, começam a se desmontar a medida que novos arranjos eleitorais começam a se delinear para a eleição futura. A dança de nomes nas principais cadeiras do executivo - estadual e municipal, não permite a continuidade de projetos, de propostas que estiveram vinculadas ao bloco político. Dessa forma, não há governança (entendida como a capacidade de realizar ações que permitam realizar mudanças). O desgoverno dá lugar ao governo. As pressões substituem o planejamento a longo prazo, e o resultado é a situação caótica em que vivemos.
Quem estará com quem nas próximas eleições? O que isso vem significando para as reformas que vêm sendo realizadas no executivo (muicipal e estadual)? Onde está a coerência dos atos de governo? Ou devemos mesmo passar que coerência não é coisa da política? Lastimável toda essa corrida antecipada ao poder que trava os governos e impede a governabilidade....    

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