A pós-graduação sempre foi uma etapa acadêmica difícil de ser vivida. É o momento de se começar a pensar por si mesmo, trilhar o difícil caminho da reflexão crítica, produzir conhecimento novo a partir da utilização de modelos e métodos de análise até bem pouco tempo desconhecidos. Mas, no meio de tudo isso uma figura facilitadora: o (a) orientador(a). Aquele que mostra o caminho e ajuda a caminhar.
Assim, eu aprendí que deveria ser, com os meus antigos mestres. Assim, eu tentei fazer com os meus orientandos. Com paciência e entusiasmo por acompanhar, com eles, as descobertas.
A proliferação sem controle da pós-graduação, em nosso país, tem começado a produzir realidades bem diferentes das vividas por mim, como aluna ou professora, e isso tem tido um resultado extremamente negativo para os alunos de pós-graduação. Eles estão cada vez mais "soltos" e por que não dizer, mais perdidos. À eles são feitas exigências difíceis de serem cumpridas, como por exemplo, produzir no menor tempo possível (02 anos de mestrado é o tempo máximo) tendo que assumir uma diversidade de funções novas, tipo: dar aulas na graduação, no lugar de seu orientador; fazer pesquisa por ele e para o seu orientador; produzir textos para serem publicados por seu orientador; fazer extensão universitária, no lugar do seu orientador...e por aí vai.
Isso é real? Sim é real.
Muitos de nossos jovens alunos de pós-graduação estão sendo usados e abusados por professores-orientadores sem escrúpulos que os exploram até o limite de suas capacidades. A instituição universidade é responsável por isso.
Tomei conhecimento de fatos dessa natureza em programas de pós-graduação da nossa universidade. O que quero fazer com esse comentário é uma denúncia da ação de professores que jamais deveriam ser chamados de orientadores pois não sabem o sentido dessa palavra e acabam sendo carrascos de jovens que aos poucos vão perdendo a motivação e o estímulo para a vida acadêmica.
Atenção coordenadores de pós-graduação da UFRN, olhos mais abertos para esses usos e abusos...
Muito bom professora! Já escutei até uma colega falar que algumas vezes fora humilhada por sua orientadora por não corresponder a uma pesquisa.
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ResponderExcluirCara Professora Ilza, suas palavras contribuem em muito para o alerta de uma situação que já existe a tempos na UFRN: a exploração aos orientandos. O fato é que isso decorre de uma questão muito mais complexa. A bajulação a orientadores, decorrente dessa exploração, culmina com a facilitação no ingresso de discentes a cursos de Pós-Graduação, implicando, até mesmo, na "abertura de portas" de Mestres e Doutores a cadeiras docentes na UFRN. Isso é fato. Até mesmo em cursos da área de ciencias sociais, que em sua maioria estudam e se dizem contrários a práticas clientelísticas e patrimonialistas. A isonomia e a transparência correm longe dos processos seletivos da UFRN. Professora, infelizmente nossa Universidade ainda possui um conluio de hipócritas à frente do Centros e Departamentos. O cenário é esse! Sonho que uma dia possa mudar.
ResponderExcluirFaço minha as palavras de André. Intereses pessoais estão a frente, até, do desejo de sucesso dos próprios alunos... É uma hipocrisia antiga, e bem conhecida...
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