sexta-feira, 1 de julho de 2011

Quando a injustiça dói demais

Coração de mãe parece querer explodir quando um dos seus rebentos é vítima de injustiça. E quando parece não haver absolutamente nada a fazer, há não ser, acompanhar o desenrolar dos fatos com paciência (haja paciência!).Dói ainda mais quando a injustiça se dá num contexto em que você conhece muito bem, por ter vivido nele, toda a sua vida profissional - o mundo acadêmico.
Sim, conheço muito bem o mundo acadêmico. Já provei também do fel da injustiça. Já engolí cobras e largatos tentando defender valores como ética, responsabilidade, compromisso. Já fui vítima da inveja dos incompetentes, da ira dos maus, da vaidade desenfreada dos pseudo intelectuais, que arrotam sabedoria pelos corredores...
Mas conhecí também grandes mestres, comprometidos com a instituição e, sobretudo, com os seus jovens alunos. Mestres que além do saber acadêmico, podiam transmitir aos jovens, valores como: respeito, amizade e segurança. Mestres que lutavam por exaltar os seus alunos, vê-los crescer na maturidade acadêmica....Que se alegravam com suas vitórias e se entristeciam com suas derrotas...Que ajudava-os a levantar e reencontrar o caminho...Estes, mestres em extinção.
No lugar deles, "professores" sem a mínima vocação para o trabalho acadêmico e, sobretudo, sem qualquer preparo para o trato com a juventude. Para eles, alunos são números e não pessoas, as suas estórias de vida não têm qualquer importância, as suas lutas não lhe dizem respeito...Falta-lhes sensibilidade, compromisso e, acima de tudo, respeito. Não conhecem sentimentos, acho que não lêem poesia... conhecem métodos, regras, modelos...Com o seu jeito de ser, interrompem carreiras e destroem sonhos...Mas, adoram seguidores obedientes e fiéis, que trabalhem por eles.
A pergunta que fica...Será que isso ainda tem conserto?   

Um comentário:

  1. Confesso nunca ter sido muito crédula em relação a determinadas coisas pregadas pela Universidade, mesmo tendo em casa exemplos de ética profissional. Talvez por ver o quanto meus pais lutavam e sofriam para fazer valer o que era justo e certo, quando - na minha opinião - isso deveria ser o basal, o normal. Sim, pude comprovar - inclusive num capítulo da minha própria história - que algumas pessoas realmente não torcem pelo sucesso e pelo crescimento dos que estão construindo a sua história enquanto profissional. Muitos deixam de lado - inclusive - o bom senso, em prol de sei-lá-o-quê. O resultado disso, é que consigo contar nos dedos de uma mão, aqueles mestres que realmente fizeram a diferença em minha vida. Sim, eles existem. Existem e estão no outro extremo. São dedicados, comprometidos, responsáveis pelo desenvolvimento de seus alunos, mas são cada vez mais raros.
    E sim, dói ver uma juventude dedicada, que ainda deseja entrar na vida acadêmica enquanto profissional ( o que é raro, hoje em dia!), perder a fé por causa da irresponsabilidade de pessoas incompetentes que são detentoras de um "poder" que nunca deveria ter sido colocado em suas mãos. O pior, é a constatação de que não há nada a fazer...

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