domingo, 15 de maio de 2011

A mídia na província

A leitura dos jornais de fim de semana em Natal, chama a atenção pela quantidade de páginas dedicadas ao colunismo social. O jornal Tribuna do Norte no domingo tem 05 diferentes cronistas sociais ocupando páginas inteiras para noticiar, na maioria das vezes, os mesmos "eventos". Não é raro a mesma foto ser publicada em mais de uma coluna no mesmo jornal.
Gente, quanta futilidade!!!!

Quanto provincianismo!!!!
Será que as pessoas se ligam naquelas imagens de bolsas ou anéis de "celebridades" que uma cronista social instiga o leitor a descobrir quem é?
Será que as pessoas tem curiosidade em investigar quem será o autor (não revelado) de determinada ação relatada assim: "um bonito partidón, morador do plano palumbo, encontrava-se noite passada com uma loura misteriosa... "
Não critico os cronistas. Eles estão fazendo um tipo de "jornalismo" que a sociedade provinciana adooooora... Eles apenas publicam o que vêm. O que se lhes apresenta: pessoas ciosas por alguns centímetros de publicidade, ciosas de espelhos coletivos que alimentem a sua auto estima, que as façam importantes....
E eles, muitas vezes, dão o troco. Lendo os comentários de um colunista sobre um recente evento social fiquei impressionada com a sua desenvoltura em relatar: "estavam lá os que são, os que pensam que são e os que querem ser"...numa clara demonstração do sarcasmo com que ele trata os personagens que circulam à sua volta.
E fico pensando: o que é ser, para o referido cronista? é ser fino, discreto, culto e educado? ou é ter a carteira recheada, muitos cartões de crédito e muita conversa mole que impressiona os ouvintes incautos?
Bem, deixa prá lá. O fato é que crônica social vende jornal nessa cidade, daí elas serem imprescindíveis. Alguns, inclusive, compram os jornais só pelo colunismo social.
Triste realidade...

2 comentários:

  1. Triste realidade...
    A cultura da futilidade, da ignorância, dos valores trocados. Onde ter "nome e sobrenome" ainda tem maior relevância do que ter boa conduta. Onde as pessoas valem de acordo com o que proclamam ter, através de suas ações. E não é só isso. Onde a expressão "cobra engolindo cobra" é representante das relações, mesmo que o sorriso diplomático seja a expressão mais visível. O que vale é elogir pra ser convidado. É chamar de "partidón-bonitón", só para inflar o ego de pessoas - muitas vezes - inseguras, que precisam desse rótulo. Numa relação de troca de interesses, onde alguns interesses são fúteis, desprovidos de conteúdo.
    Mas, vamos esperar que a mídia na província possa evoluir, crescer, ganhar um significado diferente do que - até hoje - reina na nossa sociedade.

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  2. Talvez porque nunca olhe essas tolices "sociais", o que acho ruim mesmo é o nível do colunismo político...

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